ATA DA DÉCIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 03.04.1998.

 


Aos três dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Décima Sétima Sessão Ordinária, que foi aprovada juntamente com Ata Declaratória da Décima Quarta Sessão Ordinária e as Atas da Terceira Sessão Solene, da Décima Quinta e da Décima Sexta Sessões Ordinárias. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Anamaria Negroni, o Projeto de Resolução nº 17/98 (Processo nº 989/98); pelo Vereador Carlos Garcia, a Indicação nº 17/98 (Processo nº 972/98); pela Vereadora Clênia Maranhão, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Eliseu Sabino, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Elói Guimarães, a Indicação nº 18/98 (Processo nº 973/98); pelo Vereador João Carlos Nedel, 13 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Dib, o Pedido de Informações nº 29/98 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 42/98 (Processos nºs 967 e 994/98, respectivamente); pelo Vereador Jocelin Azambuja, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo nº 24/98 (Processo nº 764/98); pelo Vereador José Valdir, o Projeto de Resolução nº 19/98 (Processo nº 1033/98); pela Vereadora Maria do Rosário, o Projeto de Lei do Legislativo nº 41/98 (Processo nº 978/98); pelo Vereador Paulo Brum, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Pedro Américo Leal, o Projeto de Resolução nº 16/98 (Processo nº 980/98); pelo Vereador Renato Guimarães, a Indicação nº 19/98 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 34/98 (Processos nºs 1014 e 902/98, respectivamente); pela Vereadora Tereza Franco, 04 Pedidos de Providências. Ainda, foi apregoado Requerimento do Vereador Cláudio Sebenelo, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 25/97 (Processo nº 782/97).  Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs  129,  130 e 131/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 01/98, da Vereadora Lenir Blank Rodrigues, Presidenta da Câmara Municipal de Morro Redondo/RS; 01/98, do Senhor Arno Hugo Augustin Filho, Secretário Municipal da Fazenda;  01/98, do  Vereador  Gilberto  Baratto, Presidente da Câmara Municipal de Faxinal  do  Soturno/RS;  02/98,  da  Senhora  Marina  Helena Durganti, Presidenta  do  Sindicato dos  Servidores  da  Câmara Municipal de Porto Alegre - SINDICÂMARA; 02/98, do Vereador Sérgio Malinoski, Presidente da Câmara Municipal de Gravataí/RS; 07/98, da Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul - ASCAM; 09, 10 e 13/98, do Senhor Nilton Severo, Presidente da Câmara Municipal de Esteio /RS; 40/98, do Senhor Paulo Vidal, Deputado Estadual/RS; 41/98, do Senhor Márcio Cristiano Vogel, Presidente da Câmara Municipal de Teutônia/RS; 636/98, do Senhor João Carlos de Oliveira, Presidente da Associação Gaúcha de Supermercados - AGAS; 834/98, da Senhora Vera Lúcia Martins Vianna, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal - CEF; s/nº, da Senhora Márcia Rosa de Lima, Presidenta da Comissão Eleitoral dos Conselhos Tutelares. A seguir, o Vereador João Dib, através de Questão de Ordem, cumprimentou este Legislativo, em especial a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, pelo Seminário "O Turismo no MERCOSUL: as Potencialidades de Porto Alegre", realizado dia dois de abril do corrente. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, aos Senhores Felisberto Luisi e Vanderlei Madril Ortória,  da Associação Comunitária Vila Menino Deus, que discorreram sobre o processo de participação popular no Parlamento da Cidade, criticando a atuação da Casa durante discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 66/96, que institui Áreas Especiais de Interesse Social, e lamentando incidente então ocorrido, que resultou na retirada da Senhora Vinina Ortória do Plenário. Na oportunidade, o Vereador Pedro Américo Leal, através de Questão de Ordem, manifestou-se acerca dos pronunciamentos efetuados pelos Senhores Felisberto Luisi e  Vanderlei Madril Ortória durante o período de Tribuna Popular. Após, o Vereador Reginaldo Pujol solicitou fosse votado imediatamente seu Requerimento de Licença e, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento deste Vereador, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Também,  respondendo a questionamentos do Vereador José Valdir, o Senhor Presidente prestou informações acerca das obras deste Legislativo, no referente à comunicação deste Plenário com os gabinetes dos Senhores Vereadores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal analisou as conseqüências da adoção do Estatuto da Criança e do Adolescente, principalmente no relativo à sua parte infracional, declarando observar-se um índice muito elevado de criminalidade infanto-juvenil, a qual seria respaldada pela legislação vigente. O Vereador Hélio Corbellini reportou-se ao pronunciamento do Vereador Pedro Américo Leal e, relatando visita feita, dia primeiro de abril do corrente, à nova Casa da Criança da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor, defendeu a efetiva aplicação do Estatuto da Criança e do  Adolescente.  Em  COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Luiz Braz declarou seu orgulho por integrar este Legislativo. Discorreu acerca do assunto hoje abordado pelos Senhores Felisberto Luisi e Vanderlei Madril Ortória, durante o período de Tribuna Popular, comentando a forma como a manifestação das galerias é normatizada pelo Regimento da Casa. Na oportunidade, respondendo a Questão de Ordem do Vereador José Valdir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor do pronunciamento do Vereador Luiz Braz, acima referido. Também, deferiu Requerimento verbal do  Vereador José Valdir, solicitando cópias do pronunciamento do Vereador Luiz Braz, após a anuência do Orador. A seguir, os Vereadores Gerson Almeida e Cláudio Sebenelo manifestaram-se, respectivamente, acerca dos artigos 201 e 142 do Regimento. Na ocasião, os trabalhos estiveram suspensos das nove horas e cinqüenta e cinco minutos às nove horas e cinqüenta e seis minutos e das nove horas e cinqüenta e oito minutos às nove horas e cinqüenta e nove minutos, nos termos regimentais. A seguir, a Vereadora Maria do Rosário formulou Questão de Ordem acerca dos artigos da Lei Orgânica Municipal e do Regimento da Casa, referentes ao uso da Tribuna Popular.  Também, o Vereador João Dib, através de Questão de Ordem, manifestou-se acerca das solicitações de Questões de Ordem efetuadas  pelos  Senhores  Vereadores.  Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn defendeu o uso da Tribuna Popular como instrumento de livre manifestação de entidades representativas da comunidade. Apoiou a atuação do Vereador Luiz Braz na presidência dos trabalhos durante a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 66/96,  manifestando-se contrariamente às posições assumidas pelos Senhores Felisberto Luisi e Vanderlei Madril Ortória durante o período de Tribuna Popular. Na oportunidade, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Questão de Ordem acerca da abrangência  do inciso VI do artigo 142 do Regimento e, após resposta do Senhor Presidente, solicitou a oitiva da Comissão da Constituição e Justiça acerca do assunto. Ainda, o Senhor Presidente registrou que o Vereador Paulo Brum ausentou-se da Sessão para representar a Casa na solenidade de assinatura de Decreto que cria vagas de estagiário para deficientes físicos na área do Estado. Também, a Vereadora Maria do Rosário formulou Requerimento verbal relativo à colocação de tribunas e cadeiras neste Plenário. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando Záchia registrou que neste fim-de-semana Porto Alegre sediará importantes eventos culturais, criticando publicidade a respeito divulgada pela Prefeitura Municipal, onde é colocado que tais eventos são conquistas do Orçamento Participativo. Também, criticou declarações do Professor Gilmar Tonding,  da Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, feitas ao Jornal "A Voz do Amador", acerca da construção de um Estádio Municipal de Desportos. O Vereador Décio Schauren relembrou debates que resultaram na criação da Tribuna  Popular,  como  espaço para manifestação da comunidade. Registrou o transcurso, dia primeiro de abril do corrente, do Dia Nacional de Luta  pela  Moradia.  Comentou  ocupação  verificada  no  Loteamento Timbaúva II, afirmando ter a Vereadora Sônia Santos entregue ao Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, cadastro efetuado junto às famílias ocupantes pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, sem a devida autorização desta Comissão. O Vereador Luiz Braz referiu-se ao pronunciamento do Vereador Décio Schauren, lembrando que a Tribuna Popular está prevista para uso neste Legislativo e em frente ao Executivo Municipal. Também, esclareceu encaminhamento dado pela Vereadora Sônia Santos a cadastro de famílias efetuado junto ao Loteamento Timbaúva II. Na oportunidade, o Vereador Décio Schauren formulou esclarecimento acerca do cadastro das famílias ocupantes do Loteamento Timbaúva II, acima referido. Ainda, respondendo à Questão de Ordem do Vereador Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor dos pronunciamentos hoje efetuados na Casa pelo Vereador Luiz Braz. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Gilberto Batista, salientando a proximidade do inverno, discorreu sobre problemas observados nos hospitais públicos de Porto Alegre, alertando que tais problemas deverão ser agravados com o aumento de procura por esses hospitais verificado durante as estações mais frias. Também, reportou-se ao pronunciamento do Vereador Décio Schauren, acerca da entrega, ao DEMHAB, de cadastro de famílias efetuado junto ao Conjunto Residencial Timbaúva II. Em prosseguimento,  o Vereador Renato Guimarães formulou esclarecimentos acerca da atuação da Comissão de Saúde e Meio Ambiente no relativo à questão dos leitos em hospitais de Porto Alegre, tendo o Vereador Gilberto Batista manifestado-se respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo referiu-se aos pronunciamentos hoje efetuados na Casa, acerca das dificuldades enfrentadas pelas famílias moradoras do Loteamento Timbaúva II, esclarecendo os motivos que levaram a Vereadora  Sônia  Santos  a  efetuar  a  entrega de cadastro destas famílias ao DEMHAB. Após, foram apregoadas as Emendas nºs 11 e 12, de autoria do Vereador João Dib, apostas ao Projeto de Resolução nº 32/97 (Processo nº 3176/97). Ainda, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Nede Soares, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação e Cultura. A seguir, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Pedro Ruas, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do apregoamento e da votação de Requerimentos de Licença encaminhados pelos Senhores Vereadores. Em continuidade, constatada a existência de "quorum", foi rejeitado Requerimento verbal do Vereador João Motta, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, por doze votos SIM, dezesseis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Clênia Maranhão, Gilberto Batista, João Motta e João Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Pedro Ruas,  tendo  votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário e Renato Guimarães, Não os Vereadores Anamaria Negroni,  Cláudio Sebenelo,  Clênia  Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista e Nede Soares e tendo optado pela Abstenção o Vereador Pedro Américo Leal. Às onze horas e onze minutos, o Senhor Presidente declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, tendo os mesmos sido retomados às onze horas e doze minutos, constatada a existência de "quorum". Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 212/97, 29, 40, 35 e 36/98, os dois últimos discutidos pelo Vereador Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei  do Executivo nº 08/98; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 24/98, este discutido pelos Vereadores Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa e José Valdir, e 27/98, este discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Adeli Sell, o Projeto de Lei do Executivo nº 09/98; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei  Complementar do Executivo nº  01/98; em 4ª Sessão, os Projetos de Emenda à Lei Orgânica nºs 03/96 e 01/98. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi aprovado o Projeto de Lei do  Legislativo nº 47/97, considerando rejeitado o Veto Total a ele aposto, por dezenove votos SIM e doze votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Henrique Fontana, João Motta, João Dib e Nereu D'Ávila, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista e Nede Soares, Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário e Renato Guimarães e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores Adeli Sell, Clovis Ilgenfritz, José Valdir e Juarez Pinheiro. Após, foi aprovado Requerimento verbal da Vereadora Maria do Rosário, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada, tendo os Vereadores João Dib e Gilberto Batista manifestado-se acerca deste Requerimento. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Resolução nº 15/98 e o Projeto de Lei do Executivo nº 02/98. Em Discussão Geral, 1º Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 07/98.  Na oportunidade, face a questionamentos dos Vereadores João Dib e Nereu D'Ávila, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das Emendas apostas aos Projetos de Resolução nºs 07/98 e 32/97. Em Discussão Geral e Votação foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 23/97, por quatorze votos SIM e onze votos NÃO,  tendo  votado  Sim  os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Renato Guimarães e Nede Soares e Não os Vereadores Clênia Maranhão, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista.  Na oportunidade, os Vereadores Maria do Rosário, Nereu D'Ávila e Juarez Pinheiro, através de Questões de Ordem, manifestaram-se acerca do resultado desta votação, declarando-se favoráveis à renovação da mesma. A seguir, foram aprovados os Requerimentos de nºs 74/98  (Processo  nº 831/98 - autorização,  concessão  de  diárias  e passagens, para representação externa da Casa no VI Encontro Nacional de Parlamentares e Executivos Portadores de Deficiência), de autoria do Vereador Paulo Brum;  84/98 (Processo nº 918/98 - Sessão Solene em homenagem ao programa "Palavra de Mulher"), de autoria do Vereador Luiz Braz; 63/98 (Processo nº 780/98 - Convite ao Deputado Beto Albuquerque para exposição acerca do projeto de sua autoria, que dispõe sobre a municipalização da inspeção de segurança veicular), de autoria do Vereador Hélio Corbellini; 98/98 (Processo nº 1090/98 - Sessão Solene comemorativa ao Dia do Policial), de autoria do Vereador Pedro Américo Leal; 72/98 (Processo nº 823/98 - Sessão Solene para homenagear Ruy Carlos Ostermann com o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre), de autoria do Vereador Fernando Záchia; 56/98 (Processo nº 682/98 - Sessão Solene para a entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre a Carlos Alberto Dayrel), de autoria do Vereador Gerson Almeida; 80/98 (Processo nº 876/98 - Grande Expediente destinado a homenagear a Associação Beneficente e Educacional de 1858), de autoria do Vereador João Dib; 11/98 (Processo nº  154/98 - Sessão Solene em homenagem ao Dia do Trabalho), de autoria do Vereador Hélio Corbellini; 65/98 (Processo nº 802/98 - Sessão Solene para comemoração do cinqüentenário da Declaração Universal dos Direitos do Homem), de autoria do Vereador Antônio Losada; 66/98 (Processo nº 803/98 - Grande Expediente destinado a homenagear os cem anos da presença das Irmãs de São José no Brasil), de autoria do Vereador João Carlos Nedel; 67/98 (Processo nº 806/98 - Moção de Solidariedade à Ordem dos Advogados do Brasil/RS, pela decisão de atuar como entidade mediadora entre os "Sem-Terra" na solução da reforma agrária), de autoria do Vereador Juarez Pinheiro. Também, foi aprovado Requerimento do Vereador João Dib, solicitando a retirada de tramitação do Requerimento nº 243/97 (Processo nº 3008/97 - Ouvida da CCJ e do Plenário sobre a utilização pelo Executivo de área incluída no Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 05/95), de sua autoria. Ainda, foi votado o Requerimento   nº 68/98 (Processo nº 815/98 - Moção de Solidariedade ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, pela decisão de utilizar o sistema de cadastramento universal dos Sem-Terra), de autoria da Vereadora Anamaria Negroni, o qual recebeu dois votos SIM, onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Anamaria Negroni, Pedro Ruas, Clovis Ilgenfritz, João Dib e Clênia Maranhão, em votação nominal solicitada pela Vereadora Anamaria Negroni, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni e Sônia Santos, Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Pedro Ruas e Renato Guimarães, tendo optado pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores Adeli Sell e Henrique Fontana, votação esta considerada nula face à inexistência de "quorum" deliberativo. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou o recebimento de convite da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, para o XXI Congresso da Juventude Evangélica, a ocorrer nos dias sete e doze de abril do corrente, e, respondendo Questões de Ordem dos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Henrique Fontana e Maria do Rosário, prestou informações acerca do Requerimento nº 68/98. Também, durante a apreciação deste Requerimento, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. A seguir, o Senhor Presidente acolheu Questão de Ordem da Vereadora Maria do Rosário, acerca do artigo 173 do Regimento.  Às treze horas e vinte e um minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada  por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Nós temos hoje, tempo destinado à Tribuna Popular, em conformidade com o art. 100, da Lei Orgânica do Município em que está inscrita a Associação Comunitária Vila Menino Deus. Serão oradores o 2º Vice-Presidente da Associação de Moradores do Centro, Sr. Vanderlei Madril Ortória e a Secretária da Associação Comunitária Vila Menino Deus, Sra. Vanina da Silva Ortória.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero apenas cumprimentar a Câmara Municipal e ao Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento da Casa, pelo brilhante seminário sobre turismo, realizado ontem à tarde, neste P0lenário, e, durante quatro horas, muitos Vereadores acompanharam os trabalhos, que esperamos sejam profícuos.

 

O SR. PRESIDENTE: Muito obrigado, Ver. João Dib. Passamos, então, a palavra aos oradores nominados, que dividirão o tempo por cinco minutos, a seu pedido.

O Sr. Felisberto Luisi está com a palavra.

 

O SR. FELISBERTO LUISI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Ao sermos interpelados neste recinto, no episódio das votações, com relação à lista das vilas que se tornarão AEIS - Áreas Especiais de Interesse Social - observamos que, nesta Casa, se instala um período de retrocesso, que significa um basta às manifestações populares tão defendidas na Constituição Federal e nos discursos de todos os candidatos eleitos ou não, por todo este Brasil afora.

Sentimos que devemos retirar dessas desvantagens alguma conclusão, expondo a nossa insatisfação, em boa hora. Alertamos quanto ao perigo da intransigência, por corrermos o risco de boicote ao cidadão de Porto Alegre, no direito de expressar as suas idéias.

Não devemos seguir o exemplo de alguns meios de comunicação que mascaram as notícias conforme as linhas de raciocínio dos seus patrões. Muito cuidado! O mau hábito viabiliza as normas.

Estivemos, outro dia, organizados nesta Casa para defender o processo das AEIS, luta que conquistamos em amplos debates de conhecimento de toda a Cidade, discussões da moradia, Fórum de Reforma Urbana, Cidade Constituinte, Orçamento Participativo, instâncias legítimas, assim como o registro na Lei Orgânica do Município.

Minoria não tem representação, poder de voz e poder de voto? Por favor, escutem o nosso  calado apelo. Nossa hora é agora.

A morosa situação fundiária desta Cidade depende, exclusivamente, da agilidade de interpretação, diagnóstico e aprovação dos nobres Vereadores, eleitos por nós. Jamais fomos participantes de idéias preconceituosas e discriminadoras que atentem à inteligência de qualquer membro desta Casa.

Porto Alegre não é mais a mesma de anos passados. Hoje existe uma nova cultura, que nos livrou do analfabetismo político, e não gostaríamos de incentivar situações que venham a recordar velhos tempos em que vivíamos acaudilhados. Não respeitar nosso acúmulo de conhecimento da matéria em exposição, também significa situação de constrangimento, pois sabemos que somos capazes de formar julgamento isento de manobra política de qualquer grupo ou instituição.

Deve haver outros fóruns onde os nobres Vereadores estudem os projetos mais emergenciais e venham à tribuna, dentro de conceitos humanísticos, agilizar as conquistas que tão útil eleitorado elegeu como matéria urgente e necessária. Em respeito a esta Casa e às alianças que povo e Câmara já fizeram, solicitamos e sugerimos aos revolucionários legislativos que abram espaço nas Sessões para matérias populares, momento de tribuna, para que possamos também exercitar a nobre defesa de nossas causas. Desta forma, ainda não podemos votar, pois não fomos eleitos, mas através das palavras poderemos dizer o que nós pensamos. "Se quiseres opinar sobre o mundo, antes fala-me de tua Aldeia!" Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Vanderlei Ortória está com a palavra.

 

O SR. VANDERLEI ORTÓRIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais presentes, restam-me cinco minutos para continuar a falar sobre o que aconteceu nesta Casa no dia da expulsão da moradora do Menino Deus, Vinina Ortória.

É com o maior respeito que venho a esta tribuna. A dignidade humana deve ser respeitada por todos, mesmo as insinuações, que permite o amplo direito de defesa, e o que aconteceu, naquele dia, nesta Casa, não permitiu o amplo direito de defesa, que é preceito constitucional. Antes de julgar uma pessoa ou denegrir a imagem dessa pessoa, uma moradora de uma comunidade pobre, tanto como a nobre Vereadora, que teria sido acusada, eu me dei ao trabalho de ficar até às duas horas da madrugada, assistindo à Sessão daquele dia, notei que, em nenhum momento, aquela senhora ofendeu a nobre Vereadora.

O pior analfabeto não é analfabeto de cultura; o pior analfabeto é o analfabeto político. Faço essa referência, pois Berthold  Brecht, que estaria fazendo cem anos, dizia: "O pior analfabeto é o analfabeto político". Esta Casa deve aprender a conviver com as manifestações. Nós respeitamos as manifestações contra as nossas opiniões, e os Vereadores também têm que respeitar as nossas.  Muitas vezes nós somos tolhidos nas nossas manifestações. Ocupamos esta tribuna, porque foi uma conquista da Lei Orgânica.

Citando, também, uma expressão de Ernesto Che Guevara, que dizia: "Devemos endurecer, porém sem jamais perder a ternura". Naquele dia, porém, se perdeu a ternura, quando a nobre Vereadora se ofendeu, e perdeu-se a ternura com a Vinina Ortória. Por isso trago o protesto veemente da Associação de Moradores do Centro, do qual sou o segundo Vice-Presidente, a esta Casa deve aprender a respeitar, como nós respeitamos, mesmo quando as leis são contra a Cidade. Então, exigimos o mesmo respeito. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Eu solicito que não haja manifestações nas galerias. Nós temos um Regimento e ele deve ser obedecido. Se nós rasgarmos o Regimento, então, eu acredito que eu deixo de ser o Presidente da Casa.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não entendi o que o Orador encaminhou, mas eu ouvi qualquer coisa de que esta Casa não tinha respeitado alguém e o que ele insinuava é que esta Casa deveria ter maior orientação. Eu desejo saber o que houve. Como é que esta Casa pode receber um orador que a critica?

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Pedro Américo Leal, a Tribuna Popular foi criada e está no nosso Regimento, e o Orador é livre para manifestar as suas opiniões, até mesmo para criticar a Casa. O nosso Regimento não impede que Orador possa manifestar as suas opiniões, sejam elas quais forem. Poderemos até pensar em modificar o Regimento, só que hoje ele permite que o Orador manifeste livremente as suas opiniões e nós temos que respeitá-las.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Pode ser que o orador tenha razão, eu até estava fazendo um recolhimento de assinatura para o Dia do Policial, mas estranho muito que isso tenha se sucedido nesta Casa e tem a minha veemente repulsa.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu quero agradecer aos nossos convidados e dizer que esta Casa estará sempre à disposição para que possamos caminhar juntos. Podemos ter divergências, mas acredito ser importante que estejamos juntos.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Eu quero requerer à Mesa que dê conhecimento ao Plenário de um pedido de licença para tratamento de interesses particulares que estou encaminhando para que possa ocorrer a substituição. Estou me afastando para uma representação oficial e não quero essa prerrogativa, uma vez que não quero comprometer o quórum para os trabalhos da Casa nesta manhã.

 

O SR. PRESIDENTE: Está chegando neste exato instante o Requerimento assinado por V. Exa. solicitando licença para tratar de assuntos particulares.

O Ver. Reginaldo Pujol solicita licença para tratamento de interesses particulares no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Reginaldo Pujol, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, ouvido o Plenário desta Casa, faço um Requerimento para que promovamos uma inversão na ordem dos trabalhos. Sugiro que coloquemos num primeiro momento o período de Comunicações.

 

O SR. PRESIDENTE:  Ver. Isaac Ainhorn, não temos no dia de hoje, sexta-feira, o período de Comunicações.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu gostaria de esclarecer a razão. É que agora quando assinei o livro para o período de discussão preliminar de Pauta, estava também aberto para o período de comunicações, por essa razão o equívoco havido, em função da coleta de assinaturas do livro. Por isso que me surpreendeu, pois eu não fui o primeiro e vi a abertura da coleta e assinei; mas já está esclarecido o equívoco. Muito obrigado.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Esclarecimento): Sr. Presidente, há umas duas semanas eu solicitei uma informação sobre a comunicação do Plenário com os gabinetes, através dos interfones.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu respondi a V. Exa. que estávamos buscando satisfazer essa solicitação, porque está fazendo falta a todos nós. Se V. Exa. assim o desejar, nós colocamos à sua disposição todo o posicionamento da Casa, com referência a essa nossa necessidade.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Existe alguma perspectiva de prazo?

 

O SR. PRESIDENTE: Acontece que o Projeto, como estava formulado, fazia com que tivéssemos gastos excessivos. Nós estamos vendo as condições orçamentárias que temos. Estamos preocupados com isso, porque acreditamos que faz falta ao Vereador.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela Bancada do PPB.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há dois anos, se não tanto, que permaneço em expectativa armada contemplando o que se dá com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Quais as conseqüências da adoção deste instrumento para a sociedade brasileira? O que esperamos da parte infracional do Estatuto? E há dois anos que venho, em silêncio, juntando provas, documentos. A última vítima foi este cidadão  Carlos Caetano Schiafino que, com 65 anos, às 11 horas  da manhã, foi abatido a tiros, pai de seis filhos, por coincidência, abatido por seis menores. Segundo a  reportagem, menores de 18 anos, todos  protegidos pelo Estatuto. Este Estatuto causa, na parte infracional, um mal tremendo ao Brasil. Desde 1980, na sua adoção, fui um dos primeiros brasileiros a denunciá-lo pela televisão, pelo rádio, por tudo, e teimam os doutos, aqueles que fazem as leis nos gabinetes, que isso permaneça imutável. Alarmes, trânsito, circulação de ruas não intimidam mais os  jovens, estamos diante da criminalidade infanto-juvenil e provo. Ontem, fui convidado para o programa conversas Cruzadas. Não aceitei, porque não debato com Marcos Rolim, Deputado do PT, não me ombreio com ele, porque foi um homem de posições duvidosas, apresentou-me uma queixa-crime depois de um debate comigo em televisão, em plena eleição a Deputado Estadual. Não fui, mas colhi dados. Como aqueles que estavam aprestados ao debate estavam desinformados, não sabem o que os jovens estão fazendo protegidos pelo Estatuto, principalmente no art. 104, do ECA e pela Constituição Federal e também pelo art. 106, do ECA. Esses artigos dão guarida  completa aos criminosos infanto-juvenis que, praticamente, hoje no Rio de Janeiro são mais ou menos dois mil, trabalhando em drogas, vapozeiros, aviões, fazendo a circulação da droga, quase que praticamente inimputáveis. O que esperamos disso? O que nós aguardamos com esse Estatuto, impedindo que façamos justiça e que esses jovens criminosos sejam punidos? O Deputado Federal Ênio Bacci, no programa de ontem, pedia que  fosse  recuada para l6 anos a maioridade. Não, a criança é imputável a qualquer idade. Caráter não tem cura. Sou psicólogo clínico com mestrado e doutorado e posso afirmar isso. Aquele que apresenta uma deficiência, uma deformação de caráter deve ser punido com qualquer idade. É claro que a punição deve ser adaptável à idade. Não se pode levar um jovem para um presídio de maiores de idade, mas ele deve ser punido. A pena tem de vir com grande grau de punição, não pode ser só ressocializante, não pode ser somente educativa, ela deve ter o caráter de punição. Se o Brasil não acordar para isso, não tomar qualquer medida nessa direção, será engolfado pelo crime infanto-juvenil. Tenho aqui jornais dos mais diferentes lugares do País, nas mais diferentes datas, divulgando crimes hediondos, crimes que sacodem o noticiário de todo o Brasil, diante da passividade, da placidez do povo brasileiro que não toma uma direção para o problema da criminalidade infanto-juvenil. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, em nome do PSB, não poderia deixar de vir à tribuna para tentar fazer um contraponto com o Vereador que me antecedeu. Quem ouve falar, parece que estamos transformando quem é vítima em culpado. Nós, junto com o Coronel, estivemos na semana do dia primeiro, na inauguração da nova casa da FEBEM. E comentava que bom seria se essas dez casa tivessem sido inauguradas há seis meses, porque, talvez, tivéssemos evitado aquelas mortes dentro da FEBEM. Mas isso é simbólico, porque se o ECA fosse aplicado em toda a sociedade brasileira, certamente não teríamos essas situações que estão ocorrendo. Transformar o jovem, que é vítima de todo esse processo, em culpado, é o grande equívoco da nossa sociedade. Parece que o jovem nasce condenado só porque mora na vila ou não tem condições de emprego. Não é esse o problema da segurança. E ontem, ficamos estarrecidos ao ver, na televisão, que a polícia do Rio de Janeiro é a que mais mata no mundo. Ela mata anualmente quatrocentas pessoas. Ninguém mata tanto quanto a polícia do Rio de Janeiro. E os órgãos de direitos humanos internacionais, como essa denúncia tem caído vazia no Brasil, estão fazendo a denúncia no exterior, e aí vamos reclamar que a imagem do Brasil está sendo denegrida.

Mas a segunda cidade que mais mata é São Paulo, no mundo. Para quem imaginava que eram as cidades americanas, Houston é a quarta ou quinta no mundo. Isso é reflexo da delinqüência da juventude?

Eu também disse ao nobre Vereador outro dia que, quando aqueles jovens mataram o índio, o único que ficou privado da liberdade foi um menor de idade, porque os maiores tiveram o benefício da Lei. Esses não foram privados da sua liberdade, graças ao ECA. Se o ECA tem alguns problemas, que nós ainda não conseguimos identificar, arrume-se. Mas se o ECA for aplicado integralmente, teremos, sim, uma sociedade que vai cuidar de seus jovens, recuperando-os, como naquela Casa que foi inaugurada no dia primeiro, que muda o conceito de "depósito de jovens" para Escola da Universidade da Penitenciária para uma possibilidade de recuperação, já que a sociedade não deu a eles essa oportunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em tempo de Presidente.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Senhor Presidente em exercício, Srs. Vereadores, senhoras e senhores. Sempre tivemos, até porque faz parte da nossa formação, muito respeito no tratamento com todos os setores da sociedade. Mas eu posso dizer, com absoluta certeza, estando nesta Casa há 16 anos, que eu tenho um orgulho muito grande, Ver. Pedro Américo Leal, de pertencer a esta Casa, hoje, porque eu vejo, na composição da nossa Câmara de Vereadores, a representação de todos os setores da sociedade e a luta dos Vereadores, que são conscientes das suas missões, aqui dentro deste Plenário.

Se temos divergências, isto é absolutamente normal e extremamente salutar para a nossa democracia. O que nós não podemos conceber é que esta Casa seja menosprezada, atacada ou que ela fique num plano soterrado por alguém que se ache mais importante do que ela.

 Nós temos um Regimento e o nosso Regimento diz, para proteção, inclusive, dos trabalhos que são realizados aqui, que não pode haver manifestação dos visitantes, que são sempre bem-vindos, nem de vaia e nem de aplausos. Quando nós não permitimos a manifestação por aplausos, é exatamente para que não caiba, também, a manifestação por vaias. Assim, nós vamos poder deixar que os Vereadores, que representam a sociedade, possam se manifestar da maneira mais livre e que a democracia, então, se faça, como tem acontecido, aqui, nos últimos tempos.

A manifestação que houve da tribuna, no espaço que o nosso Regimento permite que representantes da sociedade organizada possam vir aqui e possam utilizar os 10 minutos da Tribuna Popular, foi uma manifestação do que pensam aqueles que estão presentes nessa nova estrutura criada há algum tempo e que auxilia o Governo Municipal. Não fala, aqui, o Presidente da Casa, por um segundo. Na minha opinião, essa estrutura, da maneira como é formada, faz com que haja uma certa ditadura do Executivo. Volta a falar o Presidente da Casa. Mas, eu respeito essa estrutura que está formada, tanto que acredito que eles podem vir aqui quando se inscreverem, tantas vezes  quantas quiserem, para fazer suas manifestações e até para criticar a Casa. Isso é absolutamente correto e está dentro do Regimento. A única coisa que não pode acontecer é que esta Casa seja, de qualquer forma, atacada, ou que esta Casa possa ser menosprezada naquilo que nos é mais sagrado: a nossa representação.

A representação da sociedade se faz pelos Vereadores. Aqueles que quiserem, Ver. Pedro Américo Leal, ocupar uma destas cadeiras, basta simplesmente fazer o trabalho que todos os trinta e três Vereadores fizeram um dia, e continuam fazendo, trabalhando em suas comunidades, para um dia poder receber essa graça de poder vir aqui representar a sua comunidade. Isso não é negado para ninguém. Não estamos aqui por obra do Espírito Santo, não ocupamos estas cadeiras na marra. Não. Nós pedimos licença aos nossos eleitores, através do voto, para vir aqui ocupar estes lugares. Enquanto estivermos expressando o pensamento da nossa comunidade, da nossa sociedade, nós estaremos aqui cumprindo com as nossas missões e não podemos ser criticados  por alguém que não tem representação.

Era minha obrigação, como representante da Casa, vir até aqui para dizer que me orgulho desta Casa, que me orgulho de toda a representação desta Casa e, apesar de acreditar e de ter a certeza cada vez maior de que temos uma representação digna da sociedade, é uma boa representação a que temos, apesar de tudo isso, temos que continuar aceitando que determinados setores da sociedade, como hoje, possam ocupar esta tribuna e vir aqui estabelecer críticas, que eu acredito que sejam as mais injustas dentre aquelas que já foram proferidas nas tribunas da Câmara Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Eu consulto a Presidência se o Presidente da Casa pode, em tempo de Presidência, declaradamente, não falar como Presidente da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos esclarecer a V. Exa., em resposta à Questão de Ordem formulada, que o Presidente Luiz Braz, na interpretação deste  Vereador que exerce, neste momento, a presidência dos trabalhos,  que o mesmo falou como Presidente da Casa e se, porventura, usou no seu discurso alguma expressão como Vereador, naturalmente deve ser entendida - e assim o fez este Vereador - como uma expressão de natureza figurativa, natural no uso da tribuna parlamentar. Portanto, entendemos que agiu na estrita condição do uso do Tempo de Presidência, previsto no Regimento da Casa, nobre Vereador. A Mesa não pode polemizar nem dialogar com V. Exa., prestamos um esclarecimento, portanto nada mais existe que eu possa conceder a V. Exa. do ponto de vista regimental.

O Ver. José Valdir está com a palavra para um requerimento.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Eu gostaria de requerer cópia do pronunciamento do Sr. Presidente, ainda nesta manhã, se for possível.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa fará com que a Diretoria Legislativa, através do Setor de Taquigrafia, já com a concordância do Presidente da Casa, Ver. Luiz Braz, proceda à entrega da manifestação do Ver. Luiz Braz em Tempo de Presidência.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): O art. 201 do Regimento da Casa assegura o instituto da Tribuna Popular; a Constituição e a nossa Lei Orgânica asseguram o direito à livre opinião. Nós queremos refutar as manifestações usadas na condição de Presidente da Casa, no sentido de que, sem direito de resposta, setores populares que legitimamente usaram a Tribuna Popular, segundo todos os preceitos do nosso Regimento, o art. 202, I, II .

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, V. Exa. está usando o tempo de Liderança, não é Questão de Ordem

 

O SR. GERSON ALMEIDA:  Sr. Presidente, estou fazendo uma Questão de Ordem embasada no Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Não é Questão de Ordem, Vereador. A matéria não é Questão de Ordem, mas sim um arrazoado que V. Exa. está fazendo. A Mesa cassa a palavra de V.Exa. Estão suspensos os trabalhos da Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 09h55min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 09h56min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos a Presidência ao Ver. Luiz Braz, após sua manifestação em tempo de Presidência.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Questão de Ordem com o Ver. Cláudio Sebenelo.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, o parágrafo único do art.142. (Lê.)

"Parágrafo único. É permitido a qualquer pessoa assistir às sessões da Câmara, não sendo permitidas manifestações, bem como atitudes que atentem contra a honra e a dignidade do Poder Legislativo, da Mesa condutora dos trabalhos ou de qualquer Vereador."

Depois do uso da Tribuna Popular eu falei com uma das pessoas que se manifestou e até achei que, genericamente, estava bem escrito o discurso proferido, mas, quando eu soube ao que ele se referia, eu acho que o Presidente tem toda a razão. Realmente houve ofensas a uma Vereadora da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE:  Vereador, a Questão de Ordem deve ser ...

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, isso é uma Questão de Ordem, inclusive, citei o artigo do Regimento que dá embasamento legal.

É Questão de Ordem, porque citei o número do artigo do Regimento,.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos suspender os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 09h58min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 09h59min): Estão reabertos os trabalhos.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com base no artigo 100 da nossa Lei Orgânica Municipal; nos artigos 201, 202, 203, 204, 205 e 206 do Regimento Interno, capítulo que trata da Tribuna Popular, quero dizer que V. Exa...

 

O SR. PRESIDENTE: Vereadora, nenhum desses artigos admite advertência ao Presidente. Então, eu gostaria que V. Exa. fizesse a Questão de Ordem com relação a alguma coisa que esteja acontecendo aqui no Plenário e que não seja previsto no Regimento.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, é dentro do Regimento e eu quero formular a minha Questão de Ordem com toda a paciência, dizendo a V. Exa. e aos meus colegas que esses artigos prevêem que entidades representativas da sociedade falem na Tribuna Popular. Portanto, não é adequado que, em qualquer tempo, seja retirado dessas entidades o caráter de representatividade. Uma entidade, no ato de soberania do que permite a Lei Orgânica Municipal de Porto Alegre, que hoje faz oito anos de existência, e também de acordo com o nosso Regimento, protocolou um pedido de Tribuna Popular, utilizou

 

(Apartes paralelos.)

 

Eu não consigo dialogar, Sr. Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE: Eu peço aos Srs. Vereadores que ocupem os seus lugares para podermos prosseguir a Sessão. Solicito que se mantenha no Plenário apenas um assessor por Partido e que ocupem os lugares especiais para a assessoria. Peço que a segurança da Casa mantenha essa ordem da Mesa.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): A entidade inscreveu-se nos termos da Lei Orgânica e nos termos do Regimento. Após a entidade se retirar, foi censurada com palavras que diziam que ela não teria representatividade. Portanto, eu quero, sem nenhum diálogo, referir que no Regimento e na Lei Orgânica está previsto que a entidade comprova a sua representatividade previamente. Portanto, não poderia haver censura à entidade quando ela foi chamada de não-representativa. É esta a minha Questão de Ordem, de que nenhum Vereador poderá considerar não-representativa uma entidade que recebeu o direito de falar pela Lei Orgânica e pelo Regimento. Por fim, apelamos para que exista um entendimento igual para todas as Bancadas quanto às Questões de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE: Fazemos exatamente isso. Ouço a Questão de Ordem do Ver. João Dib e, posteriormente, todas as Questões de Ordem serão baseadas em artigos do Regimento.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não vou fazer uma Questão de Ordem. Talvez eu queira colocar ordem na questão. Vou fazer um requerimento, como uma sugestão, para que a Mesa solicite à Comissão de Justiça para que faça um livreco, com informações sobre o que é uma Questão de Ordem. Aí, teremos ordem na questão, porque até agora a coisa está muito complicada.

 

O SR. PRESIDENTE: Todos os Vereadores conhecem muito bem a utilização do instituto da Questão de Ordem.

Para uma Comunicação de Líder pelo PDT tem a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Invoco aqui Voltaire, o grande Filósofo e enciclopedista francês que disse: "Não concordo com uma palavra do que dizeis, mas defenderei até o último momento o direito de dizê-las".

A manifestação da Tribuna Popular verdadeiramente agravou este Legislativo e deve no mérito ser ouvida, assim como V. Exa., nas atribuições de Presidente desta Casa, e nas prerrogativas da inviolabilidade do seu mandato pela palavra, não pode ser contestado no seu direito de ter as suas opiniões, sobretudo quando V. Exa. detém um mandato oriundo da representação popular. V. Exa. não pode ser contestado no exercício do seu mandato, sob o ponto de vista de questionar o direito que V. Exa. tem de usá-lo.

Gostaria de registrar o Parágrafo Único, art. 142 do Regimento que diz: É permitido a qualquer pessoa assistir às sessões da Câmara, não sendo permitidas manifestações, bem como atitudes que atentem contra a honra e a dignidade do Poder Legislativo, da Mesa condutora dos trabalhos ou de qualquer Vereador".

A  Tribuna Popular nasceu, nesta Casa, de um esforço da bancada do PDT e este Vereador tem o orgulho de ser, basta consultar os Anais na oportunidade da votação da Lei Orgânica, o 17º voto que permitiu a inclusão deste importante instituto que está aqui, que possibilitou, hoje, à comunidade da Vila Menino Deus manifestar a sua desconformidade.

Isto não quer dizer que esta comunidade esteja com a razão, quando aqui comparece e critica a existência de um período de retrocesso em relação a esta Casa.

Não podemos concordar com isso, a sua Mesa Diretora, que é uma Mesa de natureza pluripartidária, onde dois Vereadores do PT também integram essa Mesa, têm-se comportado com a isenção e responsabilidade que o cargo exige.

Por isso, Sr. Presidente, a nossa solidariedade a V. Exa na condução dos trabalhos desta Casa, e tenho certeza de que esta é a posição da maioria, dos 33 Vereadores desta Casa. Não queremos que se instale a balbúrdia e a anarquia neste fórum democrático e soberano que é a Câmara Municipal de Porto Alegre. Nós temos responsabilidade política, a comunidade também o tem, ela está permanentemente presente, sendo recebida nos trabalhos da Comissão Permanente, tendo direito do exercício da palavra, aqui no Plenário desta Casa, através da Tribuna Popular, que têm sido permanentemente ouvida quando comparece para conversar e dialogar com a Mesa Diretora desta Casa, que V. Exa. preside.

Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, houve aqui um episódio normal do uso da Tribuna Popular, mas um equívoco daqueles que apontam para o retrocesso em relação à conduta democrática desta Casa e da Mesa Diretora.

A Mesa Diretora tem-se comportado com a maior responsabilidade, sob todos os pontos de vista, na manutenção dos direitos democráticos, sobretudo, das minorias aqui nesta Casa. Não só em relação aos parlamentares, aqueles que têm o seu mandato parlamentar, mas em relação às comunidades, como também, individualmente, qualquer cidadão tem o direito de aqui comparecer. E isso é fundamental para o desenvolvimento do nosso trabalho. Mas não vamos permitir - e aí a responsabilidade legal e constitucional de V. Exa. - que se criem situações de desrespeito, de ofensa a qualquer Vereador desta Casa. E, infelizmente, no episódio ensejado hoje - lá, de forma subjacente, encontrava-se, talvez, uma ofensa a um Parlamentar desta Casa, na sua condição de Vereador e de cidadão. Isso, Sr. Presidente, nós não vamos permitir nem concordar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Obrigado pela defesa, Vereador.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com base no art. 142, inciso VI, do Regimento Interno da Casa, eu pergunto a V. Exa. se a expressão injuriosa, aqui colocada, refere-se unicamente ao crime de injúria ou se açambarca todas as três espécies de crime contra a honra: difamação, calúnia e injúria?

 

O SR. PRESIDENTE: É claro que, se o nosso Regimento quisesse se referir à calúnia e à difamação, teria colocado de forma explícita, de forma clara. O nosso Regimento fala, apenas, em injúria. Então, acredito que não deixa a menor dúvida e que não existem motivos para termos dúvidas na interpretação.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, eu tenho posição diferente  de V. Exa., que eu respeito, mas peço que a matéria seja submetida à Comissão de Constituição e Justiça, em grau de recurso, porque tenho opinião diferente e entendo que aqui também açambarca calúnia e difamação.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, V. Exa. sabe muito bem que as decisões do Presidente podem ser submetidas, em grau de recurso, à Comissão de Constituição e Justiça. Esta Presidência não pode impedir que isso, realmente, seja feito. Então, que a Comissão de Constituição e Justiça possa se apossar das notas taquigráficas, neste momento, para  emitir o seu juízo a respeito desse assunto.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, o meu Requerimento é no sentido de que seja providenciada uma tribuna com uma cadeira para o Ver. Isaac Ainhorn porque - me parece - quando V. Exa. pede que todos tomem os seus assentos, o Vereador permanece em pé e tumultua um pouco o Plenário. Claro, sem que seja esse o seu desejo.

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver.  Paulo Brum está em representação da Casa na solenidade de assinatura de Decreto que cria vagas de estagiários para deficientes físicos na área do Estado.

O Ver. Fernando Záchia está  com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quando este Plenário começa a brigar por cadeiras, por espaço, alguma coisa está errada.

Vamos falar um pouco mais de Porto Alegre. A Cidade, neste final de semana, vai sediar dois eventos importantes, um na área do esporte, Copa Davis, e  outro na área cultural, o show do Pavarotti. Eventos esses onde existe a participação maciça e decisiva da iniciativa privada e da participação importante do Governo do Estado. O  que surpreende este Vereador é que nos jornais de hoje como "Zero Hora", "Correio do Povo" e Jornal do Comércio há uma publicidade da Prefeitura de Porto Alegre que diz: "Copa Davis é ponto para Porto Alegre. Pavarotti, no Beira-Rio, uma Cidade afinada com a cultura". Ainda: "Só uma Cidade com qualidade de vida pode receber dois eventos assim ao mesmo tempo". É verdade, Porto Alegre é uma Cidade importante, o evento conta com a participação de empresas e do Governo do Estado  que se motivaram e se mobilizaram para fazer esses eventos, mas surpreende-me a Prefeitura de Porto Alegre que muito pouco ou nada fez para a realização desses dois eventos e diz no texto: "Conquistada pela comunidade organizada através do Orçamento Participativo". Essa estrutura que Porto Alegre, diz o anúncio, teria, inclusive refere-se ao Parcão, um espaço com qualidade, de lazer, esporte e cidadania a altura de um  evento internacional, como a Copa Davis. Senhores, vamos deixar bem clara a verdade.  Esse evento está sendo realizado no Parcão, ao lado do Colégio Uruguai, porque a iniciativa privada montou, sem nenhum apoio, Ver. Renato Guimarães, inclusive não têm nem banheiros, os atletas estão utilizando os banheiros da Sociedade Leopoldina  Juvenil, porque ali não tem a mínima estrutura e a mínima participação da Prefeitura Municipal. Ao contrário, surpreende-me que a Prefeitura queira dar uma faturada nos dois eventos, que, sem dúvida nenhuma, são importantes para Porto Alegre. Agora, se quer faturar em cima do evento, que participe e organize, mas não crie dificuldades como as que estão sendo criadas.

E o  Ver. Clovis Ilgenfritz é um dos batalhadores, nesta Casa, no campo do  esporte e luta pelo estádio Municipal. Se Porto Alegre tivesse esse estádio Municipal, Ver. Renato Guimarães, talvez,  isso pudesse ser concretizado.

Existe um jornal em Porto Alegre chamado de "A Voz do Amador", um jornal dos esportes amadores, e nesse jornal, Ver. Renato Guimarães e V. Exa. deve se informar também, são publicados os planos da Secretaria Municipal de Desporto para a temporada. É uma reportagem feita com o Prof. Gilmar Tonding, que faz parte da Secretaria Municipal do Desporto, entre outras coisas e algumas asneiras, diz o seguinte: - é perguntado ao professor se o estádio Municipal é um sonho que pode virar realidade - "É uma grande esperança a construção de um estádio Municipal, que seria localizado ao lado da pista de eventos no terreno onde é destinado aos circos, perto do Gigantinho. Tudo, porém, ainda está no papel.” Ora, o Prof. Gilmar dizendo que está no papel, então existe um estudo para a construção de um estádio Municipal. O Prof. Gilmar, V. Exa. deve conhecer as pessoas que compõem o seu governo, Ver. José Valdir, faz parte da Secretaria Municipal de Desporto e é o homem que organiza o futebol de várzea na Cidade de Porto Alegre. Ele tem uma participação importante na organização do futebol de várzea. V. Exa. tem que saber que esse Prof. Gilmar disse essa besteira e que existe um estudo ou um projeto, porque está no papel, de construir um estádio Municipal ao lado da pista de eventos entre o Gigantinho e o espaço destinado aos circos.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu pediria ao Ver. José Valdir que, por favor, não interrompesse, de forma anti-regimental, o orador da tribuna.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Ver. José Valdir, V. Exa. sabe como me porto ao longo deste mandato. Tenho, por princípio, a educação: sou um homem educado. V. Exa. tem o apoio da Prefeitura no faturamento da publicidade, porque quiseram instalar os banheiros, e a Prefeitura não teve condições de fazê-lo. E os atletas, tanto os brasileiros quanto os espanhóis estão usando os banheiros do Leopoldina Juvenil.

Para encerrar, Ver. José Valdir, quando V. Exa. se manifesta, eu sempre o respeito; quando este Vereador se manifestar nesta tribuna, sempre vai ser respeitado. É condição de democracia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em primeiro lugar, em relação à polêmica estabelecida em torno da Tribuna Popular, quero dizer que, na época da Lei Orgânica, a Tribuna Popular foi, inclusive, uma proposta de minha iniciativa. Acabou, depois, na disputa pelo vigésimo segundo voto, Ver. Isaac Ainhorn, sendo um Projeto da Mesa. Mas, de qualquer forma, o Projeto previa a presença das entidades populares aqui nesta Casa para apresentar propostas, projetos e/ou relatórios, assim como para fazer críticas aos Vereadores. Nós estamos representando a população e ela tem o direito de vir fazer crítica, quando assim o entender.

A Tribuna Popular é um instrumento de democratização desta Casa, um instrumento de participação popular. Quero dizer que a Lei Orgânica se preocupou muito com isso, tanto que, inclusive, terminou com institutos, como a sessão secreta que existia na época e o voto secreto; hoje o voto é público.

Mas, eu quero usar essa Comunicação de Líder, como não existe comunicação de Presidência da CUTHAB, para falar do Dia Nacional de Luta pela Moradia.

Esse Dia Nacional de Luta pela Moradia, que aconteceu anteontem, foi criado pelos movimentos populares para que a moradia popular passasse a ter prioridade neste País, o que nunca foi. Mesmo nos tempos de BNH, o BNH muito mais se preocupava em arrumar serviço para as empreiteiras do que com moradia popular. E o Fundo de Garantia, muitas vezes, foi usado para a moradia que não tinha nada a ver com moradia popular.

Eu quero dizer, também, que esse Movimento Nacional de Luta pela Moradia protocolou um projeto de iniciativa popular, com mais de um milhão de assinaturas, criando o Fundo Nacional de Moradia Popular, junto com o Conselho Nacional de Moradia Popular.

Nós já sabemos que o Governo Fernando Henrique Cardoso vai vetar esse projeto, em função de uma, absolutamente, limitada participação popular prevista nessa área.

Então, é lamentável. E nós sabemos que os recursos continuam sendo extremamente minguados. E essa política do Governo Federal acaba se transferindo tanto para os governos estaduais como municipais.

O nosso DEMHAB, aqui em Porto Alegre, tem feito uma quantidade de projetos de moradia popular, mas os recursos continuam sendo muito poucos. Somos sabedores de que alguns dos projetos conseguiram recursos, como esse projeto de Timbaúva II, que prevê o assentamento de várias áreas de risco.

Só que, nós também estamos cientes de que essa  área, que tem projeto de assentamento - inclusive, Porto Alegre vai perder os recursos se não assentar aquelas vilas que estão previstas e que estão em área de risco -  foi ocupada.

Nós não vamos negar, evidentemente, que essas pessoas que ocuparam a área não tenham direito. É exatamente por isso que a CUTHAB, da qual sou o Presidente, se preocupou em achar uma saída pacífica para essa questão, tanto que no dia 17 de março nós fizemos uma reunião com as lideranças do Timbaúva II, com o DEMHAB e participaram também outros Vereadores como Gilberto Batista e Sônia Santos. Nessa reunião com as lideranças do Timbaúva, junto com o DEMHAB, a CUTHAB propôs fazer um cadastramento daqueles moradores para ter uma avaliação do que poderia ser feito, e qual a saída que se poderia achar. Dois dias depois, inclusive,  nós fomos visitar o Timbaúva, quando a CUTHAB entregou o cadastro às lideranças dos moradores e esses prometeram devolver o cadastro à Comissão. No entanto, há poucos dias, nós ficamos sabendo que a Vera. Sônia Santos, que também esteve na visita e sabe do trabalho da CUTHAB, pegou os cadastros, ignorou a CUTHAB e os levou diretamente ao DEMHAB.

Quero aproveitar este momento e pedir ao Presidente desta Casa para que tome medidas contra esse tipo de intromissão, indevida, dentro de uma Comissão. Se a CUTHAB estava fazendo cadastros, não cabe a um Vereador, que não é da CUTHAB, pegar os cadastros, ignorando os Vereadores da CUTHAB, e entregá-los ao DEMHAB. Isso é o supra-sumo do absurdo, e nós vamos pedir providências para a Mesa, porque os Vereadores sabem que esse trabalho estava sendo feito pela CUTHAB, que forneceu os cadastros. Inclusive, foram combinados com os próprios moradores alguns dados que seriam incluídos no cadastro. Pedimos providências para que isso não se repita em nenhuma outra Comissão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Décio Schauren, V. Exa. tem absoluta razão numa das partes do seu discurso, mas V. Exa. omitiu a outra. Quando V. Exa. fala da criação do instituto da Tribuna Popular e fala que foi em primeiro plano uma idéia de V. Exa. e depois uma idéia que foi recebida pela Mesa, eu concordo com V. Exa., eu estava aqui na votação da Lei Orgânica. Só que V. Exa. se esqueceu, Ver. Décio Schauren, de citar que no mesmo art. 100 existe um parágrafo  introduzido por este Vereador, na época, que diz que a Tribuna Popular também se faz na Praça Montevidéu e ninguém cita isso. Eu acredito que a Cidade não sabe disso. A Tribuna Popular se faz também na Praça Montevidéu para que as reclamações possam ser feitas diretamente pela população ao Sr. Prefeito Municipal, mas o Sr. Prefeito Municipal não gosta nem mesmo de receber a população. Não recebe os segmentos organizados da população, como o SIMPA - Sindicato dos Municipários. A dificuldade que o Sindicato dos Municipários tem para falar com o Sr. Prefeito Municipal é grande. Já na época do Prefeito Olívio Dutra, ele não recebeu nem o Sindicato e nem as Lideranças da Casa para falar sobre salário. Agora, o Prefeito atual também não recebe e o SIMPA, quando foi utilizar a Praça Montevidéu, porque ali deveria haver uma Tribuna Popular, praticamente foi expulso.

Então, será que essa Tribuna Popular e a Lei Orgânica do Município têm que ser cumpridas só aqui na Câmara? Será que os ditadores que se encastelaram lá no Paço Municipal podem fazer tudo? Esses são os grandes ditadores que se instalaram em Porto Alegre e que estão liquidando com a Cidade.

Com relação à invasão que foi citada pelo Ver. Décio Schauren, a única coisa que ele não citou foi que a Ver. Sônia Santos e o Ver. Nedel foram os primeiros a chegar lá para poder dar sustentação e guarida àquelas pessoas que estavam sofrendo, passando fome, com crianças passando por sérios problemas. Inclusive, o DEMHAB cortou a água daquelas famílias que lá estavam. As crianças, Ver. Décio Schauren, estavam ficando doentes porque a falta de água  estava fazendo com que elas tomassem água contaminada. Onde estava a CUTHAB? Ou será que a Ver. Sônia Santos teria que esperar a manifestação da CUTHAB para ir socorrer aquelas crianças? Eu lembro que a Vera. Sônia Santos ocupou a tribuna desta Casa num dia em que o Vice-Prefeito da Cidade, o Dep. Fortunati, estava aqui presente, e a Vera. Sônia Santos disse naquele dia que as crianças estavam com sérios problemas de saúde naquela invasão. Por um passe de mágica, no final daquela tarde, o DEMHAB mandou restituir o fornecimento de água. Eu acredito que foi, exatamente, numa interferência do Vice-Prefeito Fortunati, porque a situação naquele local era insustentável.

Os Vereadores do PT não podem, de repente, defender todas as invasões que acontecem no Brasil e no Estado, mas serem contrários às invasões aqui no Município de Porto Alegre, nas terras do DEMHAB. Sem falar nas terras do DEMHAB, os Vereadores do PT gostam tanto de invasões, então tem que ir lá dar guarida para aquela gente. O que a Vera. Sônia Santos fez foi apenas defender aquelas famílias, juntamente com o Ver. Nedel e com outros Vereadores desta Casa que lá estavam e que ficaram horrorizados quando viram as crianças daquela Vila passando por sérios problemas de saúde. Sem água, o que aquelas crianças iriam fazer?

É por isso que a Líder da Bancada do PTB, a Vera. Sônia Santos, foi lá, juntamente com outros Vereadores. Essa é a missão do Vereador, independente da Comissão que ele ocupa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Mesa devolve a Presidência ao Ver. Luiz Braz.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN (Esclarecimento): Solicito um esclarecimento em função da ata da CUTHAB, que diz claramente que ela faria o cadastro dos moradores. Eu quero dizer que todos os Vereadores são bem-vindos para esse trabalho. Não contestei isso; o que contesto é que uma Vereadora que não é da Comissão tenha pego o cadastro que a Comissão estava fazendo e passado por cima dela, entregando ao DEMHAB. Apenas isso!

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pessoalmente, tenho me relacionado com V. Exa da forma mais cortês e tenho recebido o mesmo tratamento. Mas isso não faz com que eu venha concordar com algumas colocações. Quero referir o que diz o art. 142, inciso VI: "O Vereador não poderá referir-se a colega ou a representante do poder público de forma descortês ou injuriosa".

No momento em que V. Exa., em tempo de Presidente e, agora, em Comunicação de Líder, que não eu quis interromper para deixar terminar seu pronunciamento e não ser descortês, chama um representante do poder público e a facção política a que pertencemos de ditadores, V. Exa. está violando esse dispositivo.

Solicito a V. Exa. que esses fatos não mais se repitam, pois a palavra "ditadores",  para nós, é uma palavra injuriosa.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Juarez Pinheiro, já ouvi tantas vezes essas palavras vindas dos Vereadores do bloco de V. Exa. em relação a outros poderes, que pensei que fosse uma palavra que pudesse ser utilizada neste Plenário sem nenhum problema.

O Ver. Gilberto Batista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a cada dia que passa, quando assumo nesta Casa, me surpreendem os assuntos que aqui rolam, que se debatem. O Plenário, há bem pouco tempo, foi dividido, não podendo os Vereadores da Oposição passar para um lado.

Então, as pessoas que estão nos escutando agora, através da TV Câmara, estão podendo ver como seus representantes desempenham suas tarefas nesta Câmara Municipal.

É lamentável que assuntos de extrema importância para a Cidade de Porto Alegre vão ficando no ostracismo, ficando em segundo plano.

Sr. Presidente, eu gostaria de utilizar esta tribuna, como Líder da Frente Liberal, para fazer um alerta, no sentido de que estamos nos aproximando do mês de abril e à proximidade do inverno, acreditamos que, aqui em Porto Alegre, será um dos invernos mais rigorosos do Estado do Rio Grande do Sul.

Estive fazendo algumas visitas a hospitais, como da PUC, da Santa Casa, e pude verificar, já no início de março, as lotações desses hospitais, porque, com essa frente fria que veio ao Estado, inúmeras pessoas, tanto crianças, como adultos e velhos se utilizam dos hospitais públicos por causa das doenças de inverno.

Fui recebido, ontem, pelo Presidente da Santa Casa, Dr. Olímpio, para buscar algumas informações de como poderiam ser combatidas essas doenças de inverno, uma vez que haverá aumento do número de pessoas que começarão a procurar os hospitais públicos.

Eu não quero entrar em detalhes sobre de quem é a culpa, se baixa teto ou não, se paga ou se bloqueia; a minha intenção é fazer um alerta à população de Porto Alegre, no sentido de que já estamos enfrentando uma superlotação nos hospitais e, com a proximidade do inverno, isso ficará pior.

Queremos pedir a todos gestores das três esferas, ao Presidente da Comissão de Saúde da Casa que comecemos a procurar soluções para esses problemas que atingem tanto o nosso Estado, e, em especial, Porto Alegre. Não adianta debater de quem é a culpa, quem não pagou, como está a situação. Peço que  V. Exa., Ver. Renato Guimarães, como Presidente da Comissão de Saúde desta Casa, que fiquemos unidos nessa batalha contra as doenças de inverno. Se já existe superlotação nos hospitais neste momento, com a chegada do inverno, vai se agravar violentamente a situação das pessoas mais carentes, daquelas que não têm como pagar um plano de saúde, que não podem pagar consulta particular. Essas pessoas, como sempre, serão muito prejudicadas.

A cidade de Porto Alegre que se prepare para o pior, caso não ache uma solução viável para a saúde.

E quanto ao discurso do Ver. Décio Schauren, Presidente da Comissão, acompanhei a Comissão na sua visita ao Timbaúva II, e constatei o que lá estava acontecendo. Participei de uma reunião da Comissão em que foram feitas tratativas para solucionar aquele problema, e também com o Prefeito de Porto Alegre, solicitando atendimento para aquelas crianças doentes, para as mulheres grávidas, através da Secretaria da Saúde. Também foi solicitado o fornecimento de água para aquela área. Quero dizer que este Vereador não pegou nenhum documento nem o levou a nenhum diretor, do cadastro que foi pedido àqueles moradores. Apenas quis ver como estavam aquelas famílias e também fui solicitar junto ao Prefeito uma solução. Nessa segunda parte das negociações eu não estava presente e quero dizer que os Vereadores desta Casa têm autonomia para participar de qualquer comissão permanente desta Casa. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Esclarecimento): Sr. Presidente, para esclarecer, em nome da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, gostaríamos de informar ao Ver. Batista e aos demais Vereadores que a Comissão, desde o ano passado, tem tratativas com a GRAMPAL. Uma comissão da GRAMPAL que trata da questão dos leitos na grande Porto Alegre, e a Comissão de Saúde da Casa vem representando a Câmara de Vereadores nessa comissão e discutindo e apontando soluções. Então, na próxima reunião da GRAMPAL, de antemão deixamos o convite ao Ver. Batista e aos demais Vereadores, para que se informem e fiquem  por dentro dos encaminhamentos  que estão sendo tomados.

 

O SR. GILBERTO BATISTA (Esclarecimento): Desde que a Comissão de Saúde foi eleita, sempre me coloquei à disposição do Ver. Renato Guimarães, em se tratando de um Vereador ligado à saúde, para participar de todas as reuniões dessa Comissão e também de todas as visitações. Estou recebendo essa informação agora, no mês de abril. Eu gostaria que ele pudesse fazer isso que ele acabou de falar ao microfone.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, se todo esse destempero tivesse um vírus, esse vírus deveria grassar entre algumas pessoas da Bancada do PT, porque, às vezes, as manifestações se espalham de uma forma epidêmica. E eu fico pensando no que estamos prestando a nossa população em matéria de exemplo, em matéria de serenidade, e, mais do que isso, em trabalho cujo tempo fica ocupado por discussões estéreis, entre elas, essa de um espaço político quando, na verdade, laboramos em mal-entendidos, como esse da Vera. Sônia Santos, que foi, desde a primeira hora, no Timbaúva, e conseguiu um cadastro dos moradores em reuniões com a CUTHAB e com o Ver. João Verle. Inclusive com a minha presença na reunião com o Sr. Prefeito, foi solicitada urgência desse cadastro ao do Ver. João Verle, Presidente do DEMHAB e do Sr. Prefeito. Se hoje já tivesse entregado o cadastro à CUTHAB, estariam censurando a Vereadora por não tê-lo entregue ao DEMHAB, não só pela urgência requerida, mas, principalmente, pela situação aflitiva que estava ocorrendo lá, com cortes d'água, com crianças com problemas sérios. Até eu atendi essas crianças, fui testemunha ocular disso.

Tenho certeza de que, embora a presença da CUTHAB no Timbaúva fosse mais importante do que uma espécie de epiderme fina, sensível a detalhes talvez de ritual, de etiqueta, neste momento ela foi ultrapassada por outro fato mais importante que é o de solucionar o problema dessas pessoas que, através de um cadastro, seria plenamente encaminhado. 

Fico pensando na importância que as pessoas dão a fatos muito pequenos  criando problemas dessa natureza, o que é um absurdo, uma barbaridade. Na verdade, penso que a Vereadora fez o que deveria fazer, ultrapassando a burocracia das nossas comissões, foi direto a solução do problema. Sou testemunha de que Vera. Sônia Santos estava lá no momento de necessidade dessas populações; que estava lá no dia seguinte; e que as pessoas vieram aqui no seu gabinete, inclusive, ela se comunicou com o Diretor do DEMHAB, por telefone, e combinaram isto: uma solução para essa situação de urgência e de aflição.

Não sei se isso resolve ou satisfaz os Vereadores da Bancada do PT, especialmente o Ver. Décio Schauren. Aquele era um momento de urgência. Em absoluto alguém teve a intenção de desrespeitar a sensibilidade do Vereador e a Presidência da CUTHAB. Isso não é verdade. Há um clima, muitas vezes, de hostilidade que pode, eventualmente, ser normal, porque somos seres humanos  suscetíveis, somos pessoas públicas, expostas à televisão, e podemos submeter-nos a ridículo. Mas só nós, os mortais. Certamente a bancada do PT está acima dessas frivolidades do ser humano. São deuses. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  É difícil manter a tranqüilidade do Plenário quando o orador faz citações pessoais. Peço, desde já, seja qual for o partido que estiver usando a tribuna, para que não se dirija pessoalmente a nenhum Vereador quando o tempo utilizado não permitir a concessão de apartes, porque cria uma situação muito delicada. A Mesa não está querendo aceitar questões de ordem a todo o momento.

Apregoadas as Emendas nºs 11 e 12 de autoria do Ver. João Dib ao PR nº  032/97.

A Mesa coloca em votação o pedido de licença, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, para tratar de interesses particulares, conforme o artigo 218, no dia 03 de abril.

 

O SR. PEDRO RUAS (Esclarecimento): Sr. Presidente, a licença do Ver. Antonio Hohlfeldt é uma licença para tratar de interesses particulares. Esse tipo de licença precisa ser votado pelo Plenário?

 

O SR. PRESIDENTE: Sim. Licença para tratamento de saúde não é necessário proceder à votação. Licença para tratar de interesses particulares é necessário proceder à votação.

 

O SR. PEDRO RUAS: Muito obrigado.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Antonio Hohlfeldt, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: Há um dispositivo no Regimento que diz o seguinte: se um Vereador entra em licença, ele está fora do Plenário. Se este Vereador, que é o titular, voltar ao Plenário no período da sua licença, automaticamente ele assume. Esta foi a observação que eu tentei fazer. E, aí, os Vereadores que não sabem disso criam uma situação constrangedora e até ilegal.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Requerimento): Requeiro a inversão da ordem dos trabalhos. Passaríamos ao período da Ordem do Dia e posteriormente passaríamos para a Discussão de Pauta.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Requerimento do Ver. João Motta está em votação, logo, abrimos o processo de encaminhamento.

A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nas últimas Sessões que têm ocorrido temos tido requerimentos solicitando a votação da inversão da ordem dos trabalhos e, com isso, temos evitado a discussão de projetos que são importantes e que precisam ser analisados. A discussão é fundamental, porque permite o debate, a troca de opinião e inclusive permite a modificação do conteúdo desses projetos

Tenho dois projetos de minha autoria e um deles não vai mais ser discutido na Discussão Preliminar de Pauta. O Requerimento do Ver. João Motta evitaria a discussão dos projetos de hoje e temos vários, inclusive um polêmico, que é o Projeto de minha autoria que autoriza a construção de uma Pista de Eventos e que está há mais de três anos tramitando nesta Casa. Pergunto se isso não é proposital, para evitar a discussão do Projeto da Pista de Eventos. Eu penso que devemos manter a Pauta, aprofundar os debates, garantir a discussão dos projetos que estão em Pauta e, evidentemente, depois entrarmos no processo de votação, mantermos esta Sessão e votarmos os projetos, inclusive, o Projeto de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que já foi adiado várias vezes por falta de tempo e que tem mobilizado as pessoas para estarem aqui. Eu penso que o fato de nós mantermos a Ordem do Dia de hoje no seu devido lugar não quer dizer que não vamos votar os projetos, inclusive, dos trabalhadores da área de Raio X. Esta é a minha sugestão. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, com a palavra o Ver. Gilberto Batista.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais uma vez, nós nos deparamos com uma tentativa de inversão de Pauta e vamos deixar de fazer o debate de vários projetos importantes, inclusive, dois de minha autoria, que estão na Pauta e que vão passando de Sessão para Sessão. Quando chegarem neste Plenário, para  a votação, alguns Vereadores vão dizer que não tiveram tempo de estudar, de ler e debater os projetos. Então, encaminho contrariamente a este Requerimento porque não quero, depois, que os meus pares, na votação do meus projetos ou  na do de alguns dos meus colegas, venham a dizer que não estudaram, não leram e não debateram. Esta é uma Casa de debates, uma Casa democrática, mas vemos, pela prática que, na  realidade, não há debate. Está havendo um debate sobre vetos, sobre projetos que já foram votados anteriormente, e está havendo uma nova discussão sobre os vetos apostos a esses projetos que, até concordo, estão há muito sobrecarregando a Ordem do Dia nesta Casa. Mas, sou contrário, justamente, por negar que nós possamos discutir projetos de muita importância para a Cidade de Porto Alegre. Encaminho, veementemente, contrário. Peço a V.Exas. que não invertam a Pauta, vamos discutir os projetos e passar para a Ordem do Dia. Eu acredito que esses debates que acontecem antes da Pauta, como Comunicação de Líder,  Questão de Ordem e etc., são regimentais mas têm que acabar, porque se isto acontecesse, tranqüilamente, às 11 horas já estaríamos na Ordem do Dia, e a população de Porto Alegre está esperando os debates dos projetos importantes para a nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a palavra, para encaminhar pela Bancada do PT.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero esclarecer duas informações dadas anteriormente que, na nossa opinião, não são corretas, e o Plenário deve estar consciente disso.

Primeiro, não é verdade que a nossa Bancada ao encaminhar esse Requerimento não esteja predisposta a discutir o Projeto de autoria de V. Exa.. Trata-se, talvez, de uma das construções mais importantes sobre esse tema que, agora, está traduzida num projeto de lei e que, certamente, vai merecer toda a atenção dos Srs. Vereadores.

Então, o fato de estarmos sugerindo a inversão da Ordem do Dia não é porque não estejamos predispostos a discutir, pelo contrário, a nossa Bancada tem uma posição favorável ao Projeto inicialmente apresentado pelo Executivo Municipal e que, agora, recebe uma outra  sugestão traduzida pelo seu Projeto de Lei.

Em segundo lugar, queremos resgatar aqui que, na nossa opinião, é o centro do processo legislativo e que nesta Sessão, dado o adiantado da hora, pode-se perder, como tem acontecido em vários dias. Queremos, de forma transparente, dizer que neste momento da Sessão o mais importante é votarmos os projetos que estão na Ordem do Dia, e iniciamos pelo Projeto que já está há algumas Sessões sem conseguir ser votado, que é o que diz respeito aos Técnicos em Raio-X independente da posição de cada uma das bancadas. Antecipadamente queremos dizer que respeitamos. Temos que reconstituir aquilo que é o central da  Sessão, ou seja , a Ordem do Dia. A partir daí, nós poderemos retomar o diálogo para aquilo que, nesta  Sessão, é mais urgente. Agora, para a Cidade não tenho nenhuma dúvida. A Vera. Clênia Maranhão tem razão, pois a questão da pista de eventos é um assunto que já deveríamos ter resolvido.

Nós, Vereadora, nos comprometemos a permanecer no Plenário depois da Ordem do Dia para discutir, em Pauta, o Projeto de V. Exa., assim como os demais. Isso é um compromisso que assumimos publicamente.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se não tivéssemos encaminhado o Requerimento a Pauta já tinha, praticamente, sido apreciada. Seriam quatro oradores para discutir a Pauta em vez de cinco que encaminharam a votação.  O melhor mesmo é ser objetivo. Saúde e Paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. João Motta, que solicita a inversão da ordem dos trabalhos, passando, imediatamente, à apreciação da Ordem do Dia e, depois, a Pauta. (Pausa.) Votação nominal, tendo em vista Requerimento do Ver. Pedro Ruas. (Após a chamada.) REJEITADO por 12 votos SIM, 16 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 11h11min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz - às 11h12min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos à

PAUTA

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 3758/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 212/97,  de autoria do Ver. Antônio Losada, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à atriz Carmem Silva.

 

PROC. 0879/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 029/98,  de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Rua Ewaldo Campos um logradouro público localizado no Bairro Três Figueiras.

 

PROC. 0906/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/98, de autoria do Ver. Gilberto Batista, que obriga os grandes supermercados de Porto Alegre a colocarem assentos, dispostos no interior dos mesmos, reservados para pessoas idosas.

 

PROC. 0907/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/98, de autoria do Ver. Gilberto Batista, que obriga as instituições bancárias de Porto Alegre a destinarem um banheiro para utilização do público.

 

PROC. 0958/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/98, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Antônio Onofre da Silveira um logradouro público localizado no Bairro Restinga.

 

PROC. 0944/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/98, que declara de utilidade pública a União dos Vereadores do Rio Grande do Sul - UVERGS.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 0764/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/98,  de autoria da Vera. Clênia Maranhão, que autoriza o Executivo Municipal a construir a Pista de Eventos no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0841/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/98, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que obriga as agências bancárias, no âmbito do Município, a colocar, à disposição dos usuários, pessoal suficiente no Setor de Caixas, para que o atendimento seja efetivado em tempo razoável.

 

PROC. 0946/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/98, que declara de utilidade pública a Fundação Centro de Oncologia Radioterápica do Rio Grande do Sul.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0871/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/98, que cria o Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério no Município de Porto Alegre, na forma prevista no art. 4º, inciso IV, e §§ 3º e 4º da Lei Federal nº 9424, de 24 de dezembro de 1996.

 

4ª SESSÃO

 

PROC. 1612/96 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (substituição do Prefeito)

 

PROC. 0587/98 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/98, de autoria da Vera. Clênia Maranhão, que dá nova redação aos “caput” dos artigos 17 e 61 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Vou tratar de um assunto relativo a um Projeto de Lei de minha autoria, que considero um assunto de grande importância, porque toca na vida  de todos os porto-alegrenses. Qual o porto-alegrense que não se obriga, quase que diariamente, a enfrentar filas nos bancos? Na verdade, a automação dos bancos e a fúria dos banqueiros na busca por maiores lucros têm feito com que esses empreendedores dispensem funcionários. Essa busca do lucro de forma desmedida encontra duas vítimas: primeiro, os funcionários bancários, que nos últimos anos vêm perdendo de forma desmesurada, e cada vez mais, os seus postos de trabalho; segundo, as vítimas são os usuários de baixa renda, que não têm cheque especial, que não têm atendimento especial, e que são os que, por subordinação empregatícia, têm que cumprir oito horas de trabalho por dia e não têm o "jeitinho" para sair do trabalho e enfrentar as filas dos bancos. É um absurdo que os usuários não só desta Cidade como de todo o País, num sistema brasileiro que centraliza tudo nos bancos, se obriguem a essa verdadeira injúria de, às vezes, permanecer horas nas filas dos bancos.

Quero dizer que tomei essa iniciativa porque fiquei uma hora e quarenta e cinco minutos numa fila de banco. E o gerente veio me oferecer um atendimento especial. Eu não aceitei, e ali permaneci, para sentir o que o cidadão desta Cidade sente diariamente.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para dizer a V. Exa. que estudei detidamente o Projeto. Acho-o importante e acho que é absolutamente constitucional; está dentro dos limites de atuação de um Vereador e faz muita diferença para a população. O aparte é breve, apenas no sentido de parabenizar V. Exa. pela iniciativa.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Agradeço o aparte do Ver. Pedro Ruas, que toda a Cidade reconhece como um de seus advogados mais capazes, que milita em todas as áreas do Direito, mas, principalmente, no Direito do Trabalho e, pessoalmente, tem visto as injustiças que sofrem os trabalhadores bancários. Esses trabalhadores, Ver. Cláudio Sebenelo, não têm culpa. E a população, angustiada de ter que ficar horas e horas nas filas, tendo que voltar para o seu trabalho, tendo que cuidar de filhos menores, às vezes se volta contra quem não tem nenhuma culpa do que acontece e, muitas vezes, está ali fazendo horas-extras, sem receber a remuneração devida, e com sobrecarga de trabalho face à demissão de seus colegas.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu gostaria de assinar embaixo de tudo o que V. Exa. disse, mas, principalmente, quero ressaltar dois Projetos do Ver. Gilberto Batista: um, que pede cadeiras para as pessoas idosas ou com problemas e que têm que enfrentar as filas; outro, para que existam banheiros para o público, tal o tempo de demora para ser atendido. Meus parabéns pelo Projeto, Vereador!

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Agradeço o aparte de V. Exa.. E, como disse o  brilhante advogado Ver. Pedro Ruas, não se vem aqui dizer que se está legislando, aqui nesta Casa, sobre Direito Econômico, ou fazendo investida na iniciativa privada. Nós não estamos dizendo quantos funcionários deve ter um banco. O que nós estamos dizendo - e isso está disposto no artigo 1º - é que ficam as agências bancárias, no âmbito do Município, obrigadas a colocar à disposição dos usuários pessoal suficiente no setor de caixas para que o atendimento seja adequado. Para nós, isso já é demasiado. Não é possível que uma pessoa fique mais que 30min em dias normais, e tem ficado. Então, estamos colocando que o limite máximo, nos dias normais, é de 30min e que em dias excepcionais, véspera de feriado e pós - feriado, a pessoa não se obrigue a ficar por um tempo superior a 45min. Não é absolutamente legal, não é absolutamente inconstitucional e vem ao encontro da população de Porto Alegre.

Temos certeza de que esta Casa, com seus ilustres parlamentares que a compõem, entenderá que Porto Alegre será pioneira, neste País, se fizer esta disputa em prol dos direitos dos trabalhadores e de todos os cidadãos desta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu discuto, neste momento, um projeto de minha autoria que visa a aprovar, nesta Casa, uma autorização da Câmara Municipal de Porto Alegre para que o Executivo Municipal construa uma pista de eventos na nossa cidade. Nós, porto-alegrenses, há dez anos temos acompanhado este debate sem que as entidades culturais e carnavalescas tenham conseguido sua pista de eventos. Sempre, quando se aproxima o carnaval, essa discussão volta à tona, evidentemente permeada por questões políticas.

Depois de tantas experiências repetidas e de tantas discussões sem resultados concretos, talvez, até, porque elas aconteçam quando já não há espaço de tempo suficiente para resolvê-las, eu sugeri que nós, ainda no início do ano, possamos aprovar este Projeto que vai, seguramente, contribuir para a construção da pista de eventos na nossa Capital.

Muitas vezes, conversando com nossos companheiros e amigos das várias  escolas de samba de nossa Cidade, temos percebido que muitos consideram que a Câmara Municipal de Porto Alegre não tem uma posição clara, favorável à construção da pista. É muito importante que possamos explicitar a nossa disposição, a nossa vontade, o nosso empenho para que Porto Alegre tenha, enfim, a construção da sua pista de eventos.

As Comissões Especiais que trabalharam nisso, as discussões feitas nas Comissões Técnicas têm demonstrado que, seguramente, a grande maioria, ou, talvez, a totalidade dos Vereadores, quer a construção da pista de eventos. Esta Casa aprofundou os debates, consultou a comunidade e concluiu como proposta a Av. Augusto de Carvalho.

Nós queremos que a Câmara Municipal de Porto Alegre agilize essa solução; queremos que, finalmente, a parcela do Orçamento, já definida para a construção da pista de eventos, transforme-se em recursos concretos para a construção desse equipamento. Nós sabemos que, nos últimos dez anos, esteve presente, em  todos os discursos dos Prefeitos, nos momentos das suas candidaturas, a intenção de construir uma pista. Na prática, a Câmara Municipal de Porto Alegre tomou conhecimento de duas propostas para a construção em locais proibidos por lei. Isso nos faz pensar que o Executivo, na prática, não quer a construção de uma pista de eventos em nossa Capital. E a população tem que saber qual é a posição da Câmara; tem que saber que somos totalmente favoráveis à construção da pista; saber que estamos trabalhando, já antecipadamente, neste ano, autorizando o Sr. Prefeito para que esta pista seja construída. Se aprovarmos este Projeto poderemos assim agilizar essa decisão e, quem sabe, recolocar  para a sociedade, para as entidades culturais e carnavalescas o empenho desta Casa para a solução deste impasse.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vera. Clênia, a pista de eventos foi colocada aqui, nesta Câmara, e foi rejeitado o local que a Prefeitura indicou, já poderia estar pronta.

Então, não dá para dizer que se está propondo fazer em lugar proibido, porque não existe lugar proibido.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito obrigado, Ver. Clovis Ilgenfritz. O aparte de V. Exa. mostra a importância do Projeto, porque nós poderemos, finalmente, esclarecer a população sobre a opinião da Câmara de Porto Alegre sobre a construção da pista de eventos. Quero, mais uma vez, reafirmar a minha posição pessoal: sou muito clara na defesa intransigente da construção de uma pista de eventos em Porto Alegre. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e funcionários do Hospital de Pronto Socorro que acompanham a nossa reunião, nesta manhã.

Eu vou me deter no Projeto de Lei do Ver. Juarez Pinheiro, que apresenta à nossa apreciação, para a discussão, na Cidade de Porto Alegre, um Projeto que vem responder a um grande problema do cidadão desta Cidade.

Nós temos instituições bancárias na nossa Cidade que, efetivamente, não respeitam os seus próprios clientes, não tratam de forma humana pessoas que vão às agências bancárias pagar contas, retirar talões de cheque. Enfim, ninguém vai gratuitamente a uma agência bancária, vai por necessidade.

E ali nós encontramos filas imensas. Pessoas que deveriam estar fazendo outras coisas, trabalhando, assumindo responsabilidades que, depois, terão que fazer em um horário extra, com grande exaustão, encontram-se em filas, com um péssimo atendimento.

Hoje, temos uma matéria, num dos jornais da Capital, sobre as tarifas bancárias. As tarifas bancárias estão estratosféricas. A cada dia inventam-se novas tarifas, temos novos gastos para trabalhar com o nosso próprio dinheiro. Encontramos, ainda, essa grave situação das filas nos bancos. Portanto, é extremamente oportuno este Projeto apresentado pelo Ver. Juarez Pinheiro; é um Projeto que a Câmara deve discutir com o conjunto da sociedade. Nós devemos, inclusive, mobilizar os usuários dos bancos a estar na defesa deste Projeto. Nós acreditamos que os dirigentes sindicais estarão conosco nessa batalha. Gostaríamos de ver e ouvir, aqui na Tribuna Popular, inclusive, o Sindicato, a Federação, as associações específicas das várias agências, para falarem sobre este Projeto, e tenho certeza de que darão guarida.

 

A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, quero concordar com V. Exa. e dizer que o Sindicato dos Bancários e a Federação dos Bancários desenvolvem, neste momento, uma campanha "Menos filas nos bancos e mais empregos", porque nos últimos três anos 20% da categoria bancária foi demitida, especialmente nos bancos públicos, o que nos traz absoluta preocupação.

Quero dizer, também, que tramita na Casa, há quatro anos, um Projeto de Lei, de minha autoria, que amplia o horário de atendimento bancário das agências. Acho que as agências precisam ficar mais tempo abertas, porque quem vai à agência bancária é aquele que não a aciona através do seu computador; é aquele correntista de baixa renda; aquele que não tem o cartão eletrônico do Banco 24 horas; aquele que recebe pela agência bancária. Portanto, é o trabalhador, que tem menos recursos, o que mais sofre ao lado dos trabalhadores dos bancos.

Quero complementar os seus argumentos, cumprimentando o Ver. Juarez Pinheiro, no sentido de que o Sindicato já desenvolve essa campanha e precisa, ainda mais, debater os nossos Projetos nesta Casa.

 

O SR. ADELI SELL: Agradeço a sua intervenção, Vera. Maria do Rosário, e digo que há outra dívida que vamos cobrar das casas bancárias, das instituições financeiras, porque esta Casa aprovou, por amplíssima maioria, e foi sancionada pelo Sr. Prefeito Municipal, a questão do monitoramento através de câmeras de vídeo nas agências bancárias, também como preocupação com o usuário. Portanto, nesta Cidade, tenho a certeza e a convicção de que estamos trabalhando, cada vez mais, pela qualidade de vida, pelo bem-estar da comunidade, inclusive, dentro das agências bancárias.

 

O Sr. Gilberto Batista: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador). Quero me somar a V.Exa nesta sua manifestação, porque vai tramitar nesta Casa dois Projetos de minha autoria, um relacionado a bancos, e me somo a V. Exa nesta cobrança para que seja cumprida a Lei que foi aprovada nesta Casa.

 

O SR. ADELI SELL: Encerro, dizendo que estamos de acordo e vamos militar ativamente pela aprovação do Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou tentar ser objetivo, porque quero falar em três Projetos da Pauta, dois deles de autoria do Ver. Gilberto Batista, sobre um dos quais, em princípio, precisamos aprofundar o estudo, mas tem meu apoio quando pretende obrigar as instituições bancárias de Porto Alegre a destinar um banheiro para utilização do público.

É um problema muito sério, sabemos de instituições, agências bancárias, que recebem centenas de pessoas ao mesmo tempo, como é o caso do BANRISUL  Agência Centro, que está um horror.

Então, as pessoas muitas vezes precisam ter acesso a um sanitário e não tem esta possibilidade.

Acho que é um projeto muito interessante. E neste primeiro contato, pelo menos, quero trazer o meu apoio.

O segundo Projeto, de autoria do mesmo Vereador, pretende obrigar os supermercados de Porto Alegre  a colocar assentos dispostos no interior dos mesmos, reservados para pessoas idosas.

Vou querer discutir um pouco mais este Projeto, porque há várias complicações. Não tem por que ser apenas para os supermercados; por exemplo, temos  "shoppings" e outros locais grandes, como as Lojas Americanas, que também é uma grande loja e não tem assento nenhum. E como colocar esses assentos, como controlar que as pessoas idosas façam uso deles?

Enfim, quero depois ouvir V. Exa para esclarecer o Projeto. Quero, também, debater o projeto da Ver. Clênia Maranhão com relação à  pista de eventos. Inicialmente quero comentar que se trata de um Projeto Autorizativo. Portanto, já começa aí o debate, de que tipo de lei estamos tratando? Projeto Autorizativo não obriga o Prefeito a fazer o que o Projeto determina, se o Prefeito não quiser, porque ele apenas autoriza. E mais, autoriza aquilo que o Prefeito se quiser faz. Então, assim como todos os Projetos autorizativos, que são muitos nesta Casa, infelizmente, ele é um projeto absolutamente inócuo. É um projeto para abrir a discussão. Se é assim, tudo bem. Mas que esta Casa perceba isso, que uma lei - e eu inclusive fui estudar - , necessariamente, é uma regra que estabelece obrigações para todos. No entanto, uma Lei Autorizativa é a negação da lei. É uma lei "faz de conta" o que estamos aqui discutindo, não é de fato uma lei. É uma proposição para abrir o debate, tudo bem, que seja assim. Agora, autorizar e depois aprovar essa lei que não existe, o Prefeito cumprirá se quiser. No mérito, a pista de eventos, eu e o Executivo Municipal achamos que deve ser um equipamento que deve ser utilizado, não só para o carnaval, mas que será de fato o evento de  maior magnitude a utilizá-la, mas que também irá permitir o desfile de 7 de Setembro, o desfile de 20 de Setembro e várias outras situações, inclusive com shows musicais. Quadras na pista, propriamente dito. Portanto, é um equipamento para ter vida permanente na cidade. Um equipamento assim não pode de forma nenhuma ocupar uma Avenida na cidade, que cada vez mais é um logradouro de muito uso. E na Augusto de Carvalho, sabemos disso, é um local curto, não tem a extensão necessária para a concentração e depois a colocação dos carros alegóricos. Hoje existe um desfile que deixa a desejar e uma das razões é a carência de comprimento dessa atual pista. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em cumprimento aos dispositivos legais, convidamos o 1º Vice-Presidente da Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz, para que assuma a Presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Mesa informa ao ilustre Ver. Pedro Américo Leal que existem mais de dez inscrições, mas a Mesa só pode chamar até o quinto inscrito.

O Ver. José Valdir está com a palavra, para discutir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero falar sobre o Projeto que autoriza o Executivo Municipal a construir a pista de eventos. Quem não soubesse de nada, tivesse chegado agora a Porto Alegre, pareceria que esta pista de eventos não está sendo feita pelo Executivo porque falta autorização desta Casa e parece que esta Casa, de forma pioneira, está propondo alguma coisa sobre a pista de eventos. Não é nada disso,  porque essa discussão já vem ocorrendo há muito tempo na Cidade. Ninguém mais questiona a pista de eventos, porque já é praticamente unânime a sua necessidade. Esta Câmara, porém, rejeitou uma proposta porque aquela tinha que vir para a Câmara e a proposta atual de fazer lá onde está sendo feita não tem que vir para cá. A Câmara, inclusive, rejeitou. Foi feita uma pesquisa em onze locais, foram feitos debates em todos os cantos desta Cidade, e a Vera. Clênia Maranhão está fazendo um Projeto que parece que quer inventar a roda. E é um Projeto que, no popular, é para "tirar casquinha". É tentar fazer política sem propor nada. Na verdade, um Projeto Autorizativo, como esse que o Ver. Guilherme Barbosa colocou, não tem eficácia, é para fazer uma disputa política, que é legítima. Afinal, nesta Casa, tem que se fazer disputas políticas, mas tem que ficar claro que este Projeto é para isto: fazer política. Ele não tem eficácia nenhuma. Mas o que não se pode fazer é falsear dados, como por exemplo, dizer que esse local foi rejeitado pela população dos bairros. Isso é a constatação de quem participou só de um tipo de reunião. É evidente que quem só compareceu nas reuniões do Menino Deus, que eram comandadas pela Dona Alzira Bán e pelo Ver. Jocelin Azambuja, e lá havia um grupo que  fazia um verdadeiro sufoco em cima das opiniões contrárias - sai com essa impressão. E também pelo barulho que aquele grupo fez e que nunca consegue reunir mais de 50 pessoas. Mas quem participou do debate, que esteve aberto para todas as posições; da Audiência Pública, do debate que a CUTHAB fez nesta Casa - e eu fui a todos os debates - não pode, de sã consciência, a não ser de má-fé, e eu fui a todas, afirmar que os Bairros lindeiros se posicionaram contra. Isso é falsear a verdade, porque naquelas reuniões teve várias Associações do Menino Deus - é evidente que são Associações de baixa renda - que se posicionaram a favor da Pista de Eventos no local que está sendo proposto. Teve a Audiência Pública que sequer foi referida na Exposição de Motivos. As disputas são legítimas, mas eu discordo desse método, de ficar "tirando casquinha", apresentar Projeto Autorizativo, como se tivesse descobrindo a roda, em questões que já são de grande polêmica na Cidade. É legítimo, agora, o que não se pode fazer é a disputa em relação a fatos que toda a cidade conhece, como toda essa quantidade de reuniões e querer dizer que não existiram, só existiram aquelas comandadas pela Associação do Menino Deus, que se posicionou. Vários Vereadores que vieram falar aqui, só estiveram naquelas reuniões, porque só vão naquelas reuniões que fecham com as suas posições. Eu fui em todas, inclusive, numa da Associação do Menino Deus, onde fui vaiado, sem nenhum problema, defendi minha posição. Convocamos para serem ouvidas na CUTHAB as duas posições. Teve Audiência Pública.

Os problemas que são alegados para a Pista de Eventos lá, são os mesmos alegados aqui; alguns, muito maiores. O problema ambiental alegado, em boa parte, existe aqui. Mas o problema do trânsito aqui é infinitamente maior do que lá, que, aliás, lá já tem a experiência de lidar com o problema de barulho por causa do Beira Rio. O barulho em dia de Gre-Nal é muito superior do que será com a Pista de Eventos. Esses são todos os argumentos, ninguém vai inventar outros, pois esses argumentos já estão devidamente colocados em todos esses debates.

Acho que a Vera. Clênia Maranhão faz uma disputa política e é uma pena que chegue atrasada ao debate, porque todos os argumentos já estão colocados e ela chega com essa proposta.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, a História registra que a sugestão para a Pista de Eventos na Augusto de Carvalho vem desde 1985. Inclusive, nesta Casa, tem a maquete de um Projeto que já foi definido, basta que a Administração da Prefeitura aceite.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que o tempo de V. Exa. está esgotado.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Agradeço a atenção de todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 1097/97 - VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 047/97, de autoria do Ver. Nereu D’ Ávila, que altera a denominação da classe Operador de Raio X para Técnico em Radiologia.

 

Parecer

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela rejeição do Veto Total.

     

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA, Art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está com a palavra para discutir.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA: Senhor Presidente e Senhores Vereadores, pessoas que acompanham a nossa Sessão, especialmente os profissionais, servidores do Município de Porto Alegre, os nossos técnicos em raio x. Queremos, ao discutir esse Projeto do Ver. Nereu D'Ávila, colocar a absoluta concordância da Bancada do PT e o  nosso convencimento com  os argumentos e com as questões legais que embasam a reivindicação desses servidores, de alterar a sua denominação de Operadores para Técnicos em Raio X.  Nós falamos, enquanto bancada, em nome de um Governo que não pode, simplesmente, aprovar ou rejeitar um Projeto de Lei. Nós falamos em nome de um Governo que precisa executar um Projeto de Lei, ou que precisa consolidar, do ponto de vista da vida real das pessoas, essa modificação. Até o momento, não conseguimos encontrar as condições necessárias para que isso se transforme em realidade imediatamente. Eu colocava ao Ver. Nereu D' Ávila, em diferentes  discussões e conversas que tivemos a respeito desse Projeto, que é evidente e precisa ficar claro para os servidores e Vereadores que nos acompanham, que há aqui um vício de iniciativa nesse Projeto. Não podemos entender como lógico, adequado e correto que o Poder Legislativo possa começar a legislar sobre a política salarial do Município, sobre a questão das relações de trabalho entre os servidores e o Município de Porto Alegre. A Lei  é clara e diz que sempre o Poder Executivo é que tem essa competência, porque tem a responsabilidade orçamentária. O Município tem passado por grandes dificuldades em suas finanças. Eu aqui recapitulo, porque é preciso que se diga um milhão de vezes essa verdade, para que ela não fique esquecida de que as alterações promovidas pelo Governo Federal, com o apoio do Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul, através de duas modificações tributárias fundamentais, a Lei Kandir e o Fundo de Estabilização Fiscal retirou do Município de Porto Alegre, durante o ano passado, e isso ocorrerá todos os anos, valores na ordem de trinta e cinco milhões de reais. Isso significa pouco mais de cinco por cento da arrecadação total do Município, ou seja, isso traz muitas dificuldades para que o Município possa atender diversos pleitos justos e legítimos. Temos dito ao Ver. Nereu D'Ávila e aos servidores com os quais tive a possibilidade de conversar, inclusive esse assunto esteve em minha pauta, não como Vereador, mas como Secretário de Saúde durante um ano, que é preciso encontrar um caminho para resolver esse problema. Mas, neste momento, a votação pura e simples deste Projeto não resolve o problema, porque tem vício de iniciativa e é preciso que o Executivo, na mesa de negociações, encontre ou não a possibilidade de atender a essa reivindicação. Caso contrário, eu repetiria, em parte, o argumento que o Ver. José Valdir colocou ao discutir o chamado "Projeto Autorizativo", da Ver. Clênia Maranhão, que estaremos "fazendo de conta" neste Plenário. Não podemos trabalhar com essa lógica, porque aqueles servidores que legitimamente reivindicam isso querem a solução do seu problema, e eles precisam estar bem informados de que esta votação hoje, aqui, não soluciona o problema. Digo, em nome da bancada do PT e do Executivo Municipal, que estamos com a proposta clara de manter uma negociação em torno desse tema para encontrar uma alternativa. Temos dito isso ao autor do Projeto, que queremos que esteja nessa mesa de negociações conosco, aos servidores, que legitimamente se organizam e lutam para conquistar esse direito, e esperamos que, num período breve, consigamos chegar a um acordo e a uma solução desse problema. Temos que dizer, com toda a lealdade, que a bancada do PT não poderia fazer um voto de "faz de conta" neste Plenário, porque, se sabemos, neste momento, que o Executivo Municipal não tem como atender essa reivindicação e não se conseguiu acertar todos os dados, não podemos dizer aos servidores que somos a favor, os Vereadores do PT, mas que nosso Governo não executará essa modificação. Queremos levar a negociação mais adiante para encontrar uma solução definitiva e podermos dizer publicamente, junto com o autor do Projeto, que encontramos essa solução, que o Projeto será implementado, que os servidores terão reconhecido esse direito e que as coisas se corrigirão a partir desse momento. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO MOTTA:  Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Vou tentar rememorizar um pouco a situação desse Processo, desde a sua apresentação, passando inicialmente, pelo Parecer Prévio da Procuradoria e, a posteriori, por um Parecer que este Vereador deu na Comissão de Justiça, para tentar comprovar para este Plenário que há, de parte da nossa Bancada, da Bancada do Governo e, também, do nosso Governo uma disposição de negociar o Projeto. E quero deixar isso de forma transparente, especialmente para aqueles cidadãos e cidadãs que estão acompanhando, desde o início, a tramitação deste Projeto, até o presente momento a sua discussão e  debate. 

E vou deixar, na conclusão do meu pronunciamento, a palavra com o Ver. Nereu D'Ávila, que é o autor do Projeto. Ele tem, na verdade, duas opções, ou ele derruba o Veto e esse assunto vai para a Justiça e, aí, sabe-se quando nós vamos resolver o problema; ou nós negociamos, aqui, agora, um acordo sobre este Projeto. Essas são as opções. O Plenário deve ter consciência disso. Essa é a melhor alternativa para uma Bancada que se vê sensibilizada com o Projeto, de um lado, mas se vê sensibilizada com os argumentos, não só do Governo, mas da própria Procuradoria. Por quê? Porque os argumentos são claros. Diz o Parecer da Procuradoria que há um problema de legalidade neste Projeto, ou seja, diz o artigo 94, inciso 7º, letra b, combinado com o artigo 60 da Constituição Estadual e artigo 61 da Constituição Federal, que a iniciativa de projetos que disponham sobre o regime jurídico dos funcionários e Administração Direta e Autárquica é privativa do Poder Executivo. Alguém vai dizer: "Não é bem assim, Ver. João Motta." Na verdade, não se trata de uma disposição que altere o regime jurídico, mas se trata daquilo que este Vereador, no seu Parecer, na Comissão de Justiça, que foi aprovado, colocou que, embora reconhecendo a pertinente questão jurídica colocada pela Procuradoria, na verdade, nós dissemos, no Parecer, que o Projeto tem por objetivo fundamentalmente a alteração da denominação do cargo para adequá-lo ao que dispõe sobre a matéria a legislação pertinente.

Portanto, Ver. João Dib e demais Vereadores, no mínimo nós temos que admitir que nós estamos diante de uma polêmica jurídica. Eu vou, aqui, evitar de ler as razões do Veto. As razões do Veto do Executivo relembram o Parecer da Procuradoria. Portanto, essa matéria é, no mínimo, polêmica juridicamente. Ou encontramos uma saída acordada sobre esse Projeto, ou o Executivo terá que levar a matéria para o Judiciário. Quem perde com isso? A Câmara, que vai dar uma demonstração de insensibilidade com a proposta, e os interessados, que terão que aguardar o desfecho do Judiciário para ter esses direitos preservados um dia. Então, por que não negociar? Essa é a pergunta que se impõe neste momento. Há disposição de parte da nossa Bancada. Pergunto, há disposição por parte do Ver. Nereu D'Ávila  para negociar? Aguardamos a resposta. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 47/97.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, peço a atenção de todos os Vereadores. Em primeiro lugar peço que não me agridam, mas que me respondam. Apenas vou examinar números, respostas e justificativas do Prefeito para o Veto. Por favor, volto a pedir que não me agridam, porque pode haver respostas às agressões e isso não é muito bom para o trabalho da Casa.

O Sr. Prefeito, nas razões do veto, praticamente em uma página, diz que:"... assim, na medida em que o Projeto de Lei altera a denominação da classe Operador de Raio X para Técnico em Radiologia", é incontestável que está a legislar sobre servidores públicos, estando o mesmo eivado de vício de iniciativa. Vejam que o Prefeito está dizendo que estão trocando de nome da categoria de Operador de Raio X para Técnico em Radiologia ajustando a Legislação Federal. Adiante ele diz: (Lê) "Logo, em decorrência da alteração pretendida implicar em aumento de remuneração dos servidores atingidos e também por dispor sobre a organização da Administração Municipal, estar-se-ia, claramente, desrespeitando a Lei Maior do Município, inquinando de vícios.” Isto ele afirma, mas ele não mostra e o justo, o correto, o sensato, o honesto, o decente, o digno seria dizer o que vai acontecer, quanto vai custar, já que ele tem os dados que, freqüentemente, são escondidos. Esta semana, reiteradas vezes, eu fui batido aqui pela Bancada Petista em razão da análise de números, mas depois de bastante insistência, eu recebo cópia do Diário Oficial onde no dia 1º de abril saem os acontecimentos do mês de janeiro em matéria de execução orçamentária. Eu, com a atenção de sempre, pois o Executivo me merece toda a atenção, já que informa aqui gastos de pessoal, olho a receita e a despesa e vejo que a Prefeitura gastou com os servidores municipais, em janeiro, 17 milhões e 300 mil reais, em números redondos e, se multiplicado por 13, resulta em 226 milhões de reais ao longo do ano. Treze porque tem o 13º salário, mas se examinarmos, sem considerar o SUS, isso representa 40% do orçamento da Prefeitura que é de 566 milhões de reais. Então, o Prefeito fala em salário, fala em aumento de despesa, mas não diz nada sobre como vai acontecer. Ao mesmo tempo em que examinava a receita da Prefeitura também examinei a despesa, e verifiquei que no mês de janeiro, em cargos e serviços de terceiros, foram gastos 44 milhões de reais. Então, provavelmente, haja Técnicos em Radiologia já com outro nome, com outro salário em Cartas-Contrato que eu, desta tribuna, tenho dito reiteradas vezes, que a Prefeitura utiliza com a freqüência inaudita, contrariando todas as leis e levando Cartas-Cotrato até 2 anos ou mais, às vezes. Repete em 90 dias, mais 90, agora faz de 180 e escrevem "prorrogado", depois fazem mais 180 ou mais 90 dias. Eu não estou afirmando aqui sem que tenha cópias do que eu digo lá no meu gabinete, eu já fiz Pedidos de Informação nesse sentido, então, de repente, não acertamos o nome e o Prefeito diz que vai custar mais, mas não diz como nem quanto, e continua fazendo cartas-contrato, e continua dizendo que gasta 67% das suas receitas correntes com o pessoal, enquanto que eu, lamentavelmente, só consigo fazer a conta de 40%. E quando eu digo que mentir é falar contra o que se pensa para enganar, as pessoas ficam brabas comigo, por isso eu iniciei dizendo: por favor, não me agridam porque a agressão pode voltar com a mesma violência, ou, talvez, com mais. Eu gosto de ser contestado nas afirmações que faço, nos números que trago, nos estudos que me proponho a fazer, mas com a mesma tranqüilidade com que aqui estou fazendo. Números são números e contestam números, desmancham números, mas não agressões. Muito obrigado. Saúde e paz.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para discutir.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta discussão já vem se arrastando desde o ano passado em torno dos operadores de raio x que, tecnicamente, por lei federal e depois por resolução federal, foram enquadrados como técnicos em radiologia. Após a lei federal a Prefeitura, desconhecendo e afrontando o texto federal, que pela hierarquia das leis seguramente tem ascendência maior - e isso qualquer estudante de Direito sabe -  assim mesmo, apesar de o Conselho Regional de Técnicos em Radiologia assim o ter requerido, e mesmo com a aquiescência do ex-Prefeito Tarso Genro - que reconheceu para o próprio Conselho, presentes à Prefeitura, na época, junto comigo, a profunda injustiça que estão sofrendo  esses 67 funcionários do HPS -  assim mesmo a Prefeitura, estribada, certamente, em não abrir exceções para disfunções no setor de carreira do funcionalismo, tem sido intransigente. Agora, neste Projeto e nesta questão há um forte conteúdo não só legal, mas, também, de ordem moral. É claro que uma disfunção ocorre, no Direito Administrativo isso é comum nos planos de carreira dos respectivos setores municipal, estadual e federal, mas no caso em tela vem harmonicamente da legislação federal até a municipal.

Então, a alegação das razões do veto de que o vício de iniciativa é o argumento maior, o legislador se baseou no fato de que a Prefeitura jamais irá, de modo próprio, apresentar projeto nesse sentido. E isso ocorre por um motivo muito simples, pois se ela procurar corrigir as disfunções de forma administrativa, certamente outras categorias que, porventura, se acharem em desvantagens administrativas requererão. Mas, este caso é "sui generis". Por quê? Porque a Prefeitura tacitamente - e eu uso esse termo tácito com o seu conteúdo jurídico, ou seja, tudo que é tácito, em Direito, é plenamente estabelecido - admitiu, pois ao publicar o Edital de concurso público exigiu tudo aquilo que a legislação federal prescreveu, ou seja, prescreveu ao inserir, no seu contexto, Técnicos em Radiologia. Ela aceitou, tacitamente, que eles são Técnicos em Radiologia.

Isso não é matemática, mas é ciência exata, porque no direito da lógica, também, há ciência exata. Não precisa ser dois mais dois e o resultado quatro. Agora, a Prefeitura ao fazer um edital deu publicidade ao documento oficial para ensejar qualquer tipo de admissão no serviço público, ela estabelece, no elenco, as exigências de técnico em radiologia. Como é que ela não reconhece, após o seu próprio edital, que essas pessoas são Técnicos em Radiologia; não são mais operadores de Raio X, por um motivo, que eu repito aqui, absolutamente simples e, no caso, simplório. É que a Prefeitura ao admitir, ou ao remeter para esta Casa um Projeto reformulando ou redimensionando o termo Operador de Raio X em Técnico de Radiologia, estaria abrindo, certamente, no entendimento da Prefeitura, para que outras categorias também se perfilassem e quisessem acertar suas funções que não estivessem caracterizadas no Plano de Carreira.

Por isso, encerro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dizendo que são apenas 67 funcionários e a despesa com esses 67 funcionários, ao ano, seria em torno de 150 mil reais. Ou seja, uma questão, sob o ponto de vista da dimensão do erário público, absolutamente, ridícula, pela densidade, em relação ao respeito à Lei que esses funcionários terão ao serem reconhecidos como Técnicos em Radiologia. Então, a Prefeitura prende-se única e exclusivamente a algo que, no meu entendimento, é absolutamente esfumaçado, porque a Prefeitura jamais reconhecerá. E se este Poder não o fizer, ninguém o fará. É por isso que este Vereador apresentou o Projeto que não tem apenas um conteúdo legal, mas tem também um conteúdo altamente ético-moral. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 047/97 (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO por 19 votos SIM e 12 votos NÃO, considerando-se rejeitado o Veto a ele aposto.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Declaração de Voto subscrita pelo Ver. Adeli Sell e peço vênia para também subscrevê-la.  (Lê.)

“Votamos centralizados pela posição de governo e da Bancada. Mas todos são sabedores que na CEFOR dei Parecer favorável. Acho correta a reivindicação, como estou convencido de que legalmente são técnicos em Raio X, portanto merecedores dessa estatura.

(aa)Ver. Adeli Sell

                                                                                    Ver. Juarez Pinheiro”

 

Declaração de Voto do Ver. José Valdir. (Lê.)

“Voto a favor do Veto, mas entendo que o Executivo Municipal deva buscar uma alternativa que viabilize a justa reivindicação dos técnicos em Raio X, com a máxima urgência.

                                                           (a) Ver. José Valdir”

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de pedir licença ao Ver. José Valdir para assinar sua declaração.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, nosso Requerimento, após ter conversado com as Lideranças e considerando que o Veto teria qualquer prioridade na nossa Ordem do Dia, é de que, a partir deste momento, alteremos a ordem dos trabalhos na Ordem do Dia. A proposta é que comecemos com a seguinte ordem: PR nº 15/98, que trabalha com requisitos para recrutamento a partir de concursos da Câmara Municipal de Porto Alegre; PLE nº002/98, que autoriza o Poder Executivo a intervir no acordo de parcelamento de débito do DEMHAB para com a Fazenda Nacional; PR nº007/98, que altera o Regimento da Câmara nas Disposições Transitórias, instituindo o rito especial para votação do PDDUA; PLCL nº 023/97, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro que era o primeiro e, portanto, nesta alteração, ficaria em quarto lugar. E em seguida, Sr. Presidente, passaríamos aos Requerimentos, dando prioridade, inclusive, a Requerimentos que tenham necessidade de serem votados, na medida em que, se não forem votados no dia de hoje, poderão inviabilizar a participação da Casa, no final de semana, em determinados eventos que estarão ocorrendo e que merecem a representação da Mesa Diretora e da Casa como um todo.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. está interpretando o pensamento do Presidente da Casa, que pensa exatamente como V. Exa.. 

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, a Bancada do PPB concorda com a Liderança do PT.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, a Bancada do PFL, também está de acordo com esse Requerimento, previamente acertado com as Lideranças.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento da Vera. Maria do Rosário. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO 

    

PROC. 0912/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 015/98, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei Municipal nº 5811, de 08 de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema Classificado de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre, modificando a habilitação funcional, nos requisitos para o recrutamento, dos cargos efetivos de Jornalista Repórter, Jornalista Radialista e Auxiliar de Serviços Médicos, e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PR nº 015/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0162/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/98, que autoriza o Poder Executivo a intervir no acordo de parcelamento de débito do Departamento Municipal  de Habitação para com a Fazenda Nacional.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.       

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Lei do Executivo nº 002/98. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, está encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL 

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0576/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/98, de autoria da Mesa Diretora, que inclui “Título X - Das Disposições Transitórias” na Resolução nº 1178, de 16.07.92 (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). Com Emenda nº 01

 

Parecer

- da Comissão Especial: Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, II  da LOM;

- discussão e votação nos termos do art. 126 e seus §§, do Regimento da CMPA.       

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 007/98. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): O Parecer da Comissão Especial atende as emendas de um a dez, mas entraram novas emendas hoje. Elas serão encaminhadas?

 

O SR. PRESIDENTE: Como estamos ainda na discussão, essas emendas ainda serão enviadas, se não votarmos nenhum requerimento para dispensá-las de parecer, elas terão que ser enviadas para que o  relator possa dar parecer.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Esclarecimento): Sr. Presidente, as Emendas estão inseridas no referido Projeto, o que me preocupa é que, votando o Projeto, se elas teriam já a dispensa do Plenário de ir às Comissões, porque o que está sendo feito agora é a tramitação do Projeto como um todo. E antes de ele ser votado, porque hoje está apenas completando a Pauta.

 

O SR. PRESIDENTE: Não, porque o Projeto precisa, na verdade, de três Sessões  para a discussão até chegarmos à votação.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Esclarecimento): Trata-se de um projeto que já veio, no seu bojo, com a inserção da Emenda, que teve, inclusive, um consenso. Mas, para efeito regimental, ela teria que ter a dispensa das Comissões.

 

O SR. PRESIDENTE: Não, a Emenda nº. 1  já tem aqui o Parecer, do Ver. Antonio Hohlfeldt, pela aprovação do Projeto. Esta Emenda já tem Parecer, se entrarem outras Emendas no Processo, elas terão que receber o Parecer do relator ou, então, terão que ser dispensadas de Parecer.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2808/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 023/97, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que dá nova redação ao art. 7º da Lei Complementar nº 320, de 02 de maio de 1994, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos.

 

Pareceres

- da CCJ.  Relator  Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB.  Relator Ver. Antônio  Losada: pela  aprovação do Projeto;

- da CECE.  Relator  Ver.  Eliseu  Sabino:  pela  aprovação do Projeto;

- da  CEDECONDH.   Relator  Ver.  Henrique Fontana:  pela  aprovação do Projeto.

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I da LOM.        

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 023/97. (Pausa.) Em votação nominal. (Após chamada.) REJEITADO por 14 votos SIM, 11votos NÃO.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Quero anunciar que solicitarei renovação de votação desse Projeto, se o autor do projeto, Ver. Juarez Pinheiro autorizar-me.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Eu também estou com um pedido de renovação de votação, mas é por razão inversa. Como esse projeto é de alta importância para a cidade, e como não houve um consenso, ele não pode ser colocado de supetão, goela abaixo. Aceito integralmente as ponderações da Vera. Maria do Rosário. Realmente, tem que ser melhor discutido esse projeto.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu também faria esse pedido de renovação, assim como fez  o Ver. Nereu D’Ávila. Quero dizer a V. Exa que esse projeto tramitou por todas as comissões permanentes, não pedi urgência, foi apreciado por todos os Vereadores. E este Vereador não encaminhou,  porque havia um consenso de aprovação, que, infelizmente, foi alterado. Eu faria esse requerimento e quero aqui lamentar o fato que aconteceu.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, os Vereadores são livres para dar seus votos e não podemos lamentar a posição deles; temos apenas que acatar.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento do Ver. João Dib, solicitando a retirada de tramitação do Requerimento nº 243/97, Processo nº 3008/97, de autoria do mesmo, que solicita a ouvida da CCJ e do Plenário sobre a utilização pelo Executivo de área incluída no PLCE nº 005/95.

Esse Requerimento não chegou a receber o Parecer definitivo da Comissão de Justiça, apesar de o Ver. Reginaldo Pujol ter feito uma minuta. Ele não foi votado, portanto não existe.

 

O SR. PRESIDENTE: Não precisa de votação. Se não tem parecer, simplesmente ele é deferido, todo o projeto. Mas vamos colocar em votação.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADA a retirada do Requerimento.

Estou recebendo um convite, que passo ao Plenário, da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, que convida para participar do XXI Congresso da Juventude Evangélica que estará sendo realizado nos dias 07 e 12 de abril de 1998. Passo ao Plenário o convite que me foi enviado pelo Ver. Eliseu Sabino.

Requerimento de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que solicita Moção de Solidariedade ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA - pela decisão de utilizar, a partir de  abril, o sistema de cadastramento universal dos sem-terra. Em votação.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Esclarecimento): Sr. Presidente, não sabemos o conteúdo do Requerimento. Solicito que seja lido. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE:  Solicito ao Sr. 1º Secretário que faça a leitura do Requerimento.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Moção de Solidariedade ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária  pela decisão de utilizar, a partir de  abril, o sistema de cadastramento universal dos sem-terra. Esse é o Requerimento da Vera. Anamaria Negroni.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Esclarecimento): No nosso entender não existe Moção de Solidariedade, ou é apoio, ou não. Solidariedade é um termo que não está previsto.

 

O SR. PRESIDENTE: A Moção de Solidariedade existe, o que tiramos foi o Voto de Congratulações.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA (Esclarecimento): Solicito à Vereadora que esclareça melhor o tipo de decisão tomada pelo INCRA e a que se deve o apoio para que possamos entender melhor o que estamos discutindo.

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, essa Moção de Solidariedade, prevista no Regimento Interno, vem ao encontro daquilo que todos nós, defensores da Reforma Agrária, independentemente de sigla partidária, defendemos no Brasil. O problema é que o Movimento Sem-Terra vem fazendo, no Brasil, uma política bastante agressiva, e nós bem sabemos que o Movimento Sem- Terra, faremos uma equação entre MST, mais CUT, igual PT, e alguma coisa parecida. Então o INCRA resolveu, de forma bastante inteligente, com que terminasse essa politicagem, essa maneira do MST fazer política no Brasil apenas favorecendo a um partido político, sendo que todos os partidos políticos a defendem, não somente um partido no nosso País. Essa iniciativa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária nos parece bastante louvável. O INCRA resolveu utilizar, a partir do mês de abril, o sistema de cadastramento universal dos sem-terra. Significa que as pessoas que estiverem cadastradas e receberem terra não terão mais a possibilidade de reivindicar ali adiante. É isso que estava acontecendo. Vai se terminar com essa indústria dos sem- terra.

Sem dúvida, essa iniciativa é louvável pois oportuniza a todos os agricultores sem-terra a chance de cadastramento junto ao INCRA, mesmo que não sejam filiados ao MST. É importante que nossos pares se dêem conta disso. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO RUAS: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Não há nenhuma dúvida de que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - o INCRA - tem tido um papel importante na questão do assentamento e na questão da Reforma Agrária em nosso País. Apesar de responsável por essa política,  muitas vezes não pode cumpri-la, mas tem também atuado numa questão de mediação, quando da existência de ocupações.

Nesse sentido, Ver. Anamaria Negroni, entendo que a intenção de V. Exa. é das mais importantes, e a idéia da Moção, sem dúvida, é muito positiva. Houve um pedido de esclarecimento por parte do Ver. Henrique Fontana. A Moção é boa, mas no esclarecimento, partimos para um debate político onde, realmente, as nossas posições ficam conflitantes. Então, com todo o respeito, pela autoria da Moção, o respeito fundamentalmente pela idéia que a Moção traz, mas, com o debate posterior, provocado pela intervenção do Ver. Henrique Fontana, que não tinha esta intenção, é claro, nós temos uma situação agora muito difícil, na votação. O nosso encaminhamento, pelo menos neste momento, é contrário, mesmo respeitando a motivação e a forma que V. Exa. encaminha. Mas, no debate político posterior, nós, realmente, temos que nos posicionar contra e, aí, ficamos com a situação de ter que votar contra a Moção, pelo menos nestas circunstâncias. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, embora o adiantado da hora, o cansaço de todos, nós estávamos aceitando a votação de uma forma tranqüila, rápida, mas, de repente, nos demos conta de que estávamos sendo ludibriados por uma forma de encaminhar as questões que, para nós, não é a mais correta, com todo respeito à Vera. Anamaria Negroni. Tanto é que estávamos votando a favor, mas, de contrabando, não. Por bobos, também não. E não vamos aceitar as colocações da Vereadora, feitas de uma forma até eticamente contestável.

A Vereadora vem aqui de uma forma depreciativa, falando no nome dos Partidos, do PT, da CUT, da indústria, como ela diz, dos sem-terra. São coisas preconceituosas. A Vereadora não disse como é feito este cadastramento, e eu continuo achando que não deveria ser  uma Moção de Solidariedade, mas de apoio às medidas do INCRA.

Nós temos que ter, aqui, Vera. Anamaria Negroni, ilustres Vereadores e Vereadoras, uma Moção de Solidariedade aos funcionários do INCRA que não estão conseguindo fazer os encaminhamentos que a Lei exige para a Reforma Agrária. Nenhum governo de antes, quando estavam os militares, e nem depois, chegou a uma atitude tão discricionária como essa que a Vereadora colocou aqui, de forma preconceituosa. Não podemos concordar com isso. Eu votaria a favor de um cadastramento universal, que não diz qual é o método, se houvesse o respeito às lutas populares que estão encaminhando esse assunto. Os agricultores sem-terra vieram parar na cidade porque foram expulsos do campo pelas políticas implementadas pelo seu partido e pelo seu Presidente da República. A  maior Reforma Agrária de toda a história do País está se  realizando agora,  às avessas,  enquanto se pensa em assentar...

 

O SR. PRESIDENTE: Peço à Vera. Anamaria Negroni que não aparteie, de forma anti-regimental, o orador que está na tribuna.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: No nosso Estado, aproximadamente três mil e oitocentos agricultores sem terra estão cadastrados pelos movimentos, com reconhecimento público. Se houver erro, o INCRA tem a obrigação de observá-los. Não existe nenhuma notícia comprovada de que alguém tenha sido assentado em uma terra e depois pegado terra em outro lugar. Isso é um absurdo, é uma tentativa de distorcer  os fatos, de criar a cizânia e uma situação de instabilidade social. Ninguém vai para um acampamento, se não houver uma razão muito forte, ninguém tem condições de resistir.  Peço que V. Exa. tente morar uma semana em uma vila de Porto Alegre, criada pela política de seu Governo, com um salário mínimo. Vá morar lá no meio da falta de saneamento, fique lá uma semana! Certamente não agüentaria dois dias em um acampamento o que os colonos estão  fazendo há seis, oito, dez meses, há cinco anos, sofrendo na beira da estrada. Temos de ter respeito por essas pessoas. Não podemos fazer deste Plenário, que é digno, que está procurando fazer as coisas corretamente, um lugar de proselitismo político - partidário, eleitoreiro. Aliás, nem sei se é eleitoreiro, porque é muito difícil alguma pessoa, de sã consciência, aceitar esse argumento tão fragilizado, colocado de uma forma tão simplória como se todos fôssemos um bando de burros. Não podemos aceitar, Vereadora, com todo respeito. Vossa Excelência pode  colaborar com coisas boas para com o Município, a sociedade. Vossa Excelência tem sobra de inteligência , mas desta vez está querendo nos passar um calote. Não mesmo. Por favor! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento para a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sou um homem paciente, sei esperar, o que é muito bom. Quantas e quantas vezes eu disse, aqui nesta tribuna, que não deveríamos utilizar a moção, porque a moção terminava levantando emoções, criando tensões e levando a reações violentas e desnecessárias e até porque a moção, em geral, não vai mostrar que o certo esteja certo e que o errado esteja errado e que alguma coisa deva ser acrescentada ou retirada do processo. O importante era ter menos emoções e, portanto, menos moções. Nenhum dos Vereadores que usou a tribuna antes de mim disse que a moção não era boa. Se a moção era boa, não tinha que ser discutida. Todos sabemos que cadastramento deve ser uma coisa boa. Hoje, aqui no Plenário, brigavam porque a Comissão de Saúde usou o cadastramento da Comissão de Urbanização. Então, o cadastramento é importante e não estou entendendo o porquê das emoções, das reações, as incitações. Vou votar favoravelmente à moção. Saúde e Paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Vera. Clênia Maranhão para encaminhar.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria retomar que estamos discutindo uma Moção de Solidariedade ao INCRA pela decisão de utilizar, a partir de abril, o sistema de cadastrar universalmente os trabalhadores sem-terra. Este é o conteúdo da Moção apresentada pela Vera. Anamaria Negroni. Importante dizer que o INCRA, fundamentalmente a partir da gestão do Presidente Milton Seligmann, um gaúcho com uma importante trajetória de luta democrática e com um amplo envolvimento na sua história política na defesa da questão agrária, tem tido avanços importantes do ponto de vista da democratização das suas relações e das negociações na busca da reforma agrária.

Quero dizer, também, que qualquer cidadão neste país tem a obrigação de ter o maior respeito e a maior solidariedade e, portanto, estabelecer todas as medidas possíveis de apoio para a resolução da questão agrária brasileira. Um país com uma estrutura agrária tremendamente atrasada, obsoleta que tem, inclusive, permitido um atraso muito grande do ponto de vista econômico e do ponto de vista da garantia dos direitos humanos. Qualquer iniciativa, quer seja tomada pelos movimentos da sociedade civil ou pelas instituições públicas dessa área que avancem no diagnóstico dessa realidade, eu considero positiva, independente do partido que esteja no governo e que determine isso, enquanto nação política. Se o INCRA  tomou esta decisão de fazer este cadastramento e se a necessidade do cadastramento é na realidade apontada pelo próprio movimento dos trabalhadores sem-terra, eu considero positiva esta iniciativa. Quero dizer também, com o maior respeito que tenho pela Vera. Anamaria Negroni, que discordo do conteúdo político-ideológico dos seus argumentos utilizados na tribuna. Discordo, absolutamente, daquele posicionamento. Penso que a Vereadora tem o direito de expressar, e nós, Vereadores, temos o direito de concordar ou de não concordar. Porém devemos pensar que o que estamos votando aqui uma Moção de Solidariedade que tem duas linhas, que dizem que esta Moção de Solidariedade é pela decisão de, a partir de abril, o INCRA iniciar um sistema de cadastramento universal dos sem-terra. A decisão é louvável, e nós, enquanto políticos e cidadãos, devemos acompanhar as ações dessa política pública estabelecida pelo INCRA, que se ela não for feita com a brevidade, com urgência, com eficácia, seguramente que nós, ao longo do processo,  devemos nos manifestar sobre ela. Mas o que eu quero evitar é que nós nos manifestemos contra alguns argumentos apresentados na tribuna e não nos manifestarmos quanto ao conteúdo da Moção de Solidariedade, fazendo isso não estaríamos votando o objeto de análise que temos aqui, que é uma ação definida pelo INCRA. Portanto, reafirmo que devemos apoiar uma iniciativa de cadastramento universal dos trabalhadores sem-terra e que isso tem que ser feito sem nenhum preconceito, sem nenhuma partidarização de ambos os lados. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Solicito ao Ver. Clovis Ilgenfritz, 1º Vice-Presidente da Casa,  que assuma a  Presidência dos trabalhos.   

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz):  Não há mais encaminhamentos. Colocamos em votação a Moção de Solidariedade ao INCRA, da Vera. Anamaria Negroni.  Os Vereadores que aprovam ...

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, requeiro votação nominal.

O SR. PRESIDENTE:  A votação será nominal.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, solicito que seja feita verificação de votação e não votação nominal no meio de uma votação simbólica.

 

O SR. PRESIDENTE:  Vera. Maria do Rosário, a Mesa informa a V. Exa. que a sua Questão de Ordem poderia ser aceita se nós já tivéssemos declarado o resultado da votação simbólica.

A votação será nominal, atendendo requerimento da Vera. Anamaria Negroni. Dois votos SIM, 11 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Não há quórum para a votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Não há quórum para votação.

 

(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes da Ata.)

 

Antes de encerrar a Sessão, concedo a palavra à Vera. Maria do Rosário que a havia solicitado anteriormente para uma Questão de Ordem.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o art. 173 do nosso Regimento  estabelece que "anunciada a votação, com a presença da maioria absoluta dos Vereadores, o autor e os Líderes de Bancada, ou Vereador por eles indicados, poderão encaminhar a votação pelo prazo de cinco minutos sem apartes". Ocorre que durante esta manhã, em  Requerimento de autoria do Ver. João Dib, que estava sendo retirado de votação, solicitamos a possibilidade de encaminhar aquela votação, o que ocorreu. No entanto, o Vereador Presidente dos trabalhos e Presidente desta Casa, Luiz Braz - e gostaria que ele estivesse agora conduzindo os trabalhos, porque receberia esta minha Questão de Ordem - não concedeu a nossa Bancada a possibilidade de encaminharmos o Requerimento. Portanto, queremos protestar pelo não cumprimento do art. 173, na medida em que o Vereador que encaminharia o requerimento em nome da Bancada do PT era o Ver. Juarez Pinheiro, que ficou impossibilitado de fazê-lo, devido a não-aceitação pelo Presidente, Ver. Luiz Braz, do pedido de encaminhamento.

Fica registrada a nossa desconformidade e absoluto repúdio a esta atitude porque cassa a possibilidade de uma Bancada oferecer os argumentos, já que o direito está assegurado a todas as Bancadas pelo art. 173. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a Questão de Ordem de V. Exa., baseada no art. 173, que logicamente chegará ao conhecimento do Sr. Presidente da Casa.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Como V. Exa. já deferiu solicito o encaminhamento ao Sr. Presidente, porque na verdade gostaria de fazer essa Questão de Ordem ao Vereador Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE:  Solicito à Diretoria Legislativa que encaminhe ao Sr. Presidente a Questão de Ordem da Vera. Maria do Rosário, Líder do PT.

Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão e convocamos os Srs. Vereadores para a próxima Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental.

 

(Encerra-se a Sessão às 13h21min.)

 

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